Da sageza dos bancos centrais, da história da democracia e do desemprego tecnológico

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Três recomendações de leitura. A primeira:

O governo dos bancos, pelos bancos e para os bancos” por João Pinto e Castro. Um excerto:

” (…) Quando o sistema financeiro se fecha sobre si próprio e se aliena da economia real, reclamando sangue, suor e lágrimas sem fim à vista, é caso para dizer-se que ele se tornou incompatível com a sobrevivência de uma economia de mercado sofisticada, orientada para a inovação, o emprego e o crescimento.

O desenvolvimento não é uma montanha de produtos, é um estado de civilização complexo que inclui como ingredientes essenciais uma população educada e saudável, liberdade individual e colectiva, oportunidades de enriquecimento espiritual e material, solidariedade na adversidade, relação harmoniosa com o ambiente e desígnios partilhados. Destruindo os genuínos suportes de uma economia sã, no final não restará nada –, mas, ao menos, tampouco haverá dívidas.”

E a segunda “Democracia versus tecnocracia” de João Cardoso Rosas. Um excerto:

“(…) Por isso Teixeira dos Santos era bom e Sócrates é que era mau, Passos Coelho atrapalha, mas Vítor Gaspar sabe o que fazer, etc. A última que ouvi nesta linha foi a ideia de que os problemas do euro são da responsabilidade de Kohl e Mitterrand porque não sabiam nada de Economia (como se a criação da moeda única não tivesse sido aplaudida pela grande maioria dos economistas).

Esta visão tem feito o seu caminho e, por isso, existe hoje uma nova vaga de tecnocracia na Europa. Ela está patente na formação de executivos técnicos e cuja formação escapa ao processo político normal, ainda que acabando por adquirir legitimação parlamentar. Mesmo nos países, como o nosso, onde o Governo saiu de um processo eleitoral competitivo, a decisão política autojustifica-se na base de necessidades estabelecidas tecnocraticamente e não em função de opções valorativas próprias.

Porém, a visão tecnocrática é enganadora. Ela tem sempre um fundo ideológico que procura esconder e que, no actual contexto, não é favorável aos trabalhadores, nem aos mais desprotegidos, nem, provavelmente, a qualquer noção de bem comum e de futuro para a maioria dos cidadãos das comunidades políticas em que se instala. A prova disso mesmo é que a tecnocracia, no caso dos países europeus, não se opõe apenas à política – ela opõe-se também à própria democracia. (…)”

E a terceira, que será talvez mais perene e recorrente. “O paraíso perdido da mão-de-obra” por . Umexcerto:

(…) A verdade é que não podemos continuar a automatizar com sucesso a nossa produção sem repensar as nossas atitudes em relação ao consumo, trabalho, lazer e distribuição de rendimentos. Se esses esforços de imaginação social, a recuperação da crise actual será simplesmente um prelúdio para mais calamidades devastadoras no futuro.”

 

Um comentário

  1. O último ponto é sem duvida interesantissimo pois pensa-se em altomação evidencia a dubstituição da mão-de-obra só que tais pessoas são no ciclo os consumidores finas então há que se pensar bem nesse fator.

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