A experiência Islandesa e suas lições para o futuro

Começa a gerar-se genuina curiosidade, incluindo académica, sobre a história recente da crise financeira Islandesas e a singularidade da resposta que por lá tem sido desenhada, à revelia dos parâmetros habituais.

O sistema financeiro Islandes passou pelo colapso total (os próprios aforradores perderam metade das suas poupanças), o Estado interviu mas não foi autorizado a arcar com todas as responsabilidade privadas que ficaram por cumprir (nomeadamente para com investidores estrangeiros), os banco foram nacionalizados mas agora parece evidente que, depois de uma crise muito intensa e concentrada no tempo, as perspectivas de recuperação económica rápida e igualmente intensa são apreciáveis. Seguramente um caso a acompanhar (significativamente diferente do português) e com muitos episódios pela frente. 

Sobre este assunto  recomendamos a leitura de “Referendo na Islândia: “não” por uma questão de princípio” de Jorge Nascimento Rodrigues. Um excerto de um comentário que surge no artigo:

“(…) E como sempre, numa crise deste género, emerge o confronto entre a opção de uma forte intervenção do Estado no sistema dos mercado financeiros e a visão “free market”  de não interferência  com as forças naturais do mercado. Ambas as táticas  terão provavelmente  sérios custos para a economia. A primeira poderia induzir  uma recessão económica não tão intensa, mas muito prolongada no tempo – uma provável estagnação económica durante muitos anos sob atenta supervisão governamental. A segunda opção poderia ser mais intensa, conduzindo a uma uma severa recessão ou depressão, mas poderia permitir  uma recuperação económica mais rápida.

Dada a relativa rapidez com que os islandeses estão a sair da sua grave crise financeira e económica (2008-2011),tendo sobrevivido ao colapso total do seu sistema monetário, começa a fazer algum sentido acreditar numa solução política que combine uma “destruição criativa” com uma forte participação cívica e democrática onde se faça ouvir a voz do povo, contrabalançando o caráter antidemocrático das instituições financeiras.” (…)”

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