Mais inflação na Alemanha, juros mais altos no BCE mais caro fica o nosso empréstimo

Saiu há pouco o número de Abril da inflação Alemã que aponta para um valor de 2,7% (acima das expectativas). Como se tem ouvido nas últimas semanas o porquê deste aumento de preços releva pouco para o BCE que elege como principal preocupação manter a inflação em torno dos 2%. Como? Inexoravelmente aumentando o preço do dinheiro que empresta ao sistema financeiro, ou seja subindo as taxas de juro.

Não pretendemos entrar agora na disussão sobre a dimensão das palas de burro que estão embutidas na missão do BCE ou do próprio edifício institucional da União Monetária, sublinha-se apenas que a preocupação em exclusivo com o motor de uma parte da Europa (a Alemanha) é cada vez mais danosa para nós, particularmente na conjuntura actual.

Torna-se cada vez mais evidente que o actual modelo europeu é insustentável.

Recorde-se que no empréstimo da troika, perdão, do triunvirato, a fatia de leão do empréstimo terá uma taxa de juro condicionada, entre outros, pelo custo do dinheiro estabelecido pelo BCE, sendo certo que os nossos parceiros da União nos cobrarão juros muito superiores (em torno dos 5,5%) ao concedido pelo FMI (cerca de 3,5%). Contudo, destaque-se que além da taxa de mercado os nossos parceiros não consideram a austeridade como penalização suficiente para as más práricas orçamentais considerando cobrar uma margem de lucro (spread) entre 1 a 1,5 pontos percentuais. Sem grande surpresa, o sentimento de perplexidade vai fazendo escola, em particular entre quem de fora da União Europeia vai assistindo.

Em suma, notícias que indiquem aumento da taxa de inflação na Alemanhã são péssimas para nós.

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