Problemas de Governação: uma opinião diferente não é um pacote suspeito

Procuraremos destacar opiniões diferentes face ao diagnóstico que também partilhamos de que há muito pouca diversidade no debate sobre política económica (em sentido lato) que vamos tendo. Hoje sugerimos a leitura do “O cartel da opinião económica e a retórica barata” por Sandro Mendonça, versando sobre alguns aspectos do governo das empresas, publicado num dos mais ecléticos meios de comunicação social portuguesa  do momento em termos de opinião: o Jornal de Negócios.

 Excerto:

” (…) Muitos problemas competitivos da economia portuguesa resultam de estrangulamentos ao nível das unidades produtivas. Sugiro, portanto, uns temas-desafio para esse putativo “Livro Branco”.
(i) Concursos internacionais para a gestão de topo das sociedades listadas no PSI-20 para que se reduza o número de cargos cimeiros determinados por heranças familiares, como o BES, ou políticas, como no caso da EDP.
(ii) Contribuir para a equidade fiscal e competitividade de custos ao taxar-se pesadamente “fringe benefits”, tais como despesas de representação e viaturas atribuídas a dirigentes.
(iii) Um código de boas práticas que corrija a virtual ausência de mulheres em conselhos de administração, tirando Portugal do último lugar do “ranking” europeu nesta matéria, como agora veio demonstrar um estudo da consultora Egon Zehnder International.

(iv) Regular o número de funções não-executivas em diferentes empresas pelos mesmos indivíduos, muitas vezes sem experiência profissional reconhecida no sector.
As incapacidades da nossa economia são mais gerais do que é frequente admitir. É necessário mais debate efectivo, e não uma correria a lugares comuns. Por muito desconforto que as propostas acima provoquem à cúpula do PSD (homens com assento em várias empresas oligopolísticas), há sérios desafios e graves conflitos de interesse por resolver no mundo empresarial. É necessária mais ética republicana na vida política, é certo. O mesmo se passa na vida económica. “.

Um comentário

  1. Como contribuinte, a minha humilde opinião é esta:
    Eu vejo o Governo com uma empresa. Como tal este, tem o dever de dar explicações ou fornecer todos os elementos disponíveis e necessários aos seus contribuintes (accionistas), para que se saiba o que se está a fazer com os dinheiros que lhes são postos há disposição a título de impostos, para que de acordo com o proposto, fazer com que o Pais (empresa) evolua e criar condições para que os seus contribuintes (accionistas), tenham um nível de vida aceitável /confortável, no mínimo.
    Não com orçamentos de que só técnicos de contas e alguns elucidados têem capacidade para analisa-los, mas por forma que todo o contribuinte, entenda o que se está a passar com os seus dinheiros, que tanta ginástica é despendida para consegui-lo.
    Em relação ás grandes obras intituladas de “benéficas para o País”, o Governo deve consultar os seus contribuintes, por forma a saber se estamos de acordo em que se gaste milhões de euros dos dinheiros públicos para a efectivação dessas obras astronómicas. Os contribuintes portugueses não são burros e sabem perfeitamente se serve ou não os seus interesses e propósitos as obras que são propostas. Afinal de contas somos nós que pagamos os impostos e é por nós e para nós que existe um Governo, nada mais.
    Ora, no meu entender, o Governo (este e todos os que já passaram pelo País) e que foram eleitos pelos contribuintes baseado nas suas promessas eleitorais, nada disto fizeram e pior, arrogantemente acham que não têem satisfações a dar da maneira como nos governam, comportando-se como meros ditadores, que para além de se escusarem a informar com rigor o que fazem com os dinheiros públicos, entendem que não têem que dar satisfações das grandes obras que se propõem fazer. E o mais grave, agem como se nunca se enganassem nas suas avaliações e decisões e passam constantemente um atestado de estupidez aos seus contribuintes, enganando-os a torto e a direito com falsas promessas e ilusões. Uma tristeza.
    Pergunto, por que carga de água os contribuintes querem um Governo que não diz o que faz com o nosso dinheiro, que omite a verdade com orçamentos que só servem para tapar buracos ( “e para inglês ver” ) e que decide por ele obras avultadas que deixarão o País numa possível ruína? Se é que não estamos já arruinados?
    Por que carga de água os contribuintes querem um Governo que não faz um referendo por forma a saber se estamos de acordo com TGV´s , mega obras ou outros assuntos que ponham em causa a sanidade das contas publicas e consequentemente o risco de endividar mais os contribuintes com opções duvidosas onde só o Governo vê benefícios?
    Não sou contra a evolução e modernização antes pelo contrário, mas não há outras prioridades? Saúde, educação? Digo hospitais decentes onde os doentes não tenham que ficar nos corredores porque não há camas suficientes!! Digo Centros Médicos que não tenham que fechar para contenção de despesa!! Lares de terceira idade com condições sérias e dignas para contribuintes que foram e que ajudaram o País a crescer!! Digo universidades onde o acesso à informação e formação profissional seja acessível para todos!! E tantos os outros assuntos que deveriam de ter prioridade máxima e não têem. Para que serviram os estádios após o Euro 2004? Nada. A Expo foi outro buraco. Quantos milhões foram gastos nestas infra estruturas? Qual o uso actual? Qual o benefício? Com dinheiro de quem?
    Portugueses , contribuintes, o que quereis?….. Sabeis? O que estais à espera?
    De um País endividado a longo prazo onde os nossos filhos, netos e possivelmente bisnetos terão que pagar pelas asneiras das nossas escolhas em termos de governantes? De um continuo apertar do cinto (que vem do tempo do Sr. Mário Soares como 1º. Ministro) sabe Deus até quando? Ou um fim definitivo a este pesadelo? Será que não temos direito a ter uma vida digna já e passá-la ás gerações futuras?
    O que fazer? muito simples, se o presidente de uma empresa nomeado pelos accionistas está a dar prejuízo derivado à sua má gestão, se o presidente da empresa canalizar o dinheiro dos lucros dos accionistas para benefício próprio e não o de fazer crescer a empresa e consequentemente o bem estar de quem o elegeu, o que é que os accionistas fazem? Pura e simplesmente demitem-no e nomeiam outro.
    A união faz a força. Proponho que se crie um novo partido não político. O Partido dos Contribuintes. O partido de quem sofre na pele o dia a dia para fazer face aos sucessivos impostos, impostos pelos políticos. De certeza que seríamos uma maioria absoluta e esta trapalhada teria um fim. Vamos criar um País melhor e mais justo e exilar toda essa praga que é classe politica para bem longe onde não possam fazer mal a ninguém.
    Disse….

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