O seu país precisa de si, evite fazer férias no estrangeiro (manual de sobrevivência I)

Um leitor desprevenido que ande a ler a imprensa pode ficar assustado com o facto de o Estado andar todos os dias a emitir dívida pública nos mercados internacionais e quem diz o Estado diz os Bancos, as SAD, as famílias.

O que se passa é que como não conseguimos amortizar a dívida e continuamos a precisar sempre de mais um bocadinho de dinheiro (porque todos os anos gastamos mais um bocadinho do que geramos de riqueza). Continuamos sempre a dever o que já deviamos antes e mais qualquer coisa. Ou seja, quando um empréstimo chega ao fim, temos que devolver o dinheiro pedido emprestado, mas como não temos dinheiro para deixar de precisar desse dinheiro, vamos logo a seguir pedir de novo o mesmo valor (e mais um bocadinho) emprestado. Por enquanto temos conseguido pagar os juros e arranjar quem nos empreste a bom preço, muito em virtude de termos bom nome na praça e de termos bons fiadores (supostamente estamos numa União monetária). Ora no momento em que se começa a desconfiar que a União é só um pró-forma e sabendo-se que, de facto, no acordo da União, ninguém se comprometeu à partida a ajudar ninguém, a desconfiança instala-se. Se tal sucede num contexto em que o Estado, as empresas e as famílias estão endividadas como nunca e estão no meio de um período em que parecem não conseguir gerar, com o dinheiro emprestado, mais rendimento do que o juro que têm de pagar, temos sarilho.

Mas o que é que você pode fazer pessoalmente para mudar esta situação? Escolher com mais critério os políticos que gerem a coisa pública é um dever. E se nenhum presta, então é bom que entre os descontentes surjam outros mais competentes para assumir o comando. Mas vejamos além disso. Não gastar mais do que aquilo que ganha também ajudará. E quanto maior for a diferença (maior a poupança) tanto melhor. Note que é mais provável, quando for comprar algo, estar a gastar dinheiro num produto sem participação nacional do que o contrário, também por isso, por cá, uma redução no consumo e incremento da poupança é menos grave (ou mesmo mais benévola) que noutras paragens em que o mercado dito interno é, também pela sua dimensão, determinante para a economia local. Outra excelente media é conseguir gerar mais riqueza por cada hora de trabalho, do seu trabalho se tiver a felicidade de ter emprego. Esta medida sozinha fará maravilhas inacreditáveis. Mas há mais… (continua aqui).

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