Dívida à banca e falência ou fraca rentabilidade coincidem com frequência

Dívida à banca e falência ou fraca rentabilidade coincidem com frequência (Banco de Portugal)

O Banco de Portugal publicou recentemente um estudo sobre “O efeito da dívida nas PME em Portugal” compreendendo o período entre 2006 e 2014. Por Pequena e Média Empresa ou PME, se bem entendemos, o Banco de Portugal está a considerar que as empresa que  empregam menos de 250 pessoas e, simultaneamente têm um volume de negócios anual que não excede 50 milhões de euros ou cujo balanço total anual não excede 43 milhões de euros.

 

Dívida à banca e falência ou fraca rentabilidade

Segundo os sublinhados que o Banco de Portugal juntou num vídeo que se reproduz em baixo, metade do crédito às empresas concedido pela banca comercial destina-se às PME sendo que o destino dado a esta dívida não fica bem na fotografia quando o Banco de Portugal procura analisar se a dívida coincide com rentabilidade e sucesso no negócio.

De facto, são frequentes as situações de sobre-endividamento que dificulta o sucesso da empresa. De entre as empresas que recorrem à dívida bancária, as 20% mais endividadas não resistem nos três anos seguintes. E no grupo das que sobrevivem, as 43% mais endividadas registam níveis de rentabilidade muito baixos, sendo raros os caso (apenas 17%) que se classificam no grupo das mais rentáveis. No fundo, o maior grupo contraiu dívida mas não conseguiu gerar retorno que permita diluir o serviço da dívida e o seu impacto na rentabilidade, pelo contrário.

 

Dívida à banca e falência ou fraca rentabilidade coincidem com frequência
Fonte: Banco de

Consultoria científica, técnica e similar, e serviços de saúde e apoio social são as que conseguiram melhores retornos, destacando-se, pela negativa (quer em termos de nível de endividamento, quer de rentabilidade) o alojamento e restauração. Recordamos que a análise não inclui dados posteriores a 2014 pelo que poderá haver alterações importantes nos anos mais recentes que configuram uma fase diferente do ciclo económico.

Não se assuste quando no vídeo em baixo (do Banco de Portugal) ouvir que as Pequenas e Médias Empresas representam apenas 10% do total de empresas não financeiras. Na definição usada de PME não estão incluídas as empresas com menos de 10 trabalhadores e até €2 milhões de volume de negócios.

O estudo encontra-se publicado sob o título “The indebtedness of Portuguese SMEs and the impact of leverage on their performance” e pode ser lido a partir da página 97 da publicação Compiling statistics: Special case studies | 2017 do Banco de Portugal (em pdf).

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