Os novos certificados de aforro são agora melhores do que os depósitos a prazo?

Caro aforrador, saber responder à pergunta: os novos certificados de aforro são agora melhores do que os depósitos a prazo?

Os dois diários económicos de hoje trazem nas suas páginas artigos que comparam os certificados de aforro com as novas regras (ver “Mudanças nos Certificados de Aforro: taxa mínima acima dos 2,75% e máxima até 5% (atual.)“) com os depósitos a prazo e são unânimes a concluir que os depósitos a prazo perdem na comparação mas há exceções.

Para referência nos nossos leitores eis os dois artigos:

Os certificados de aforro ficam agora a pagar (setembro de 2012) cerca de 3,2% TANB variando a taxa de juro ao sabor da euribor a três meses e tendo como valor mínimo possível 2,75% (TANB) e valor máximo 5% (TANB).

Analisando a nossa base de dados de depósitos a prazo (que atualizaremos novamente ao longo do corrente mês) é possível encontrar vários depósitos a prazo para vários prazos que remuneram acima dos 3,2% (e não estamos a falar exclusivamente de ofertas promocionais para novos clientes ou novos capitais).

Por exemplo, para quem não tem mais de €500 é possível subscrever um depósito a um ano que paga 3,65% TANB no Banco BIG, com mobilização a qualquer momento.

Noutro caso, o Deutsche Bank tem disponível um depósito garantido pelo fundo de garantia de depósitos alemão, a seis meses, que paga 3,5% e admite mobilização a qualquer momento com perda dos juros. Neste caso, o depósito mínimo é de €1000.

Certificados de aforro são melhores que depósitos a prazo
Certificados de aforro são melhores que depósitos a prazo

Sem querer estar a ser exaustivo, cremos ser possível encontrar mais depósitos que não exigem mais de €500 a remunerar acima de 3,2% TANB e até um ano em outras instituições como sejam o Banco Popular (3,8% TANB) ou o PrivatBank (5,25%). Se admitirmos comparar com depósitos a mais de um ano então o leque de instituições e as taxas de juro a remunerar acima dos certificados de aforro (cuja taxa é revista todos os meses com efeito trimestral em cada certificado) alarga-se,  mesmo considerando depósitos mínimos  a partir de €500 (ActivoBank  e BIG a 4% TANB, PrivatBank 5,8%, etc…). Sendo que, neste caso, atendendo à expectativa quase unânime de descida das taxas de juro, captar um juro acima de 3,2% TANB por mais de três meses representará sempre uma clara vantagem sobre os certificados de aforro.

Em suma, apesar de os certificados de aforro estarem agora mais competitivos nos prazos mais curtos, perderam competitividade a médio e longo prazo (já não remuneram acima dos 5% a 5 anos, por exemplo)  e, para já, é ainda possível encontrar ofertas não promocionais e a partir de baixos montantes que superam a oferta patrocinada pelo Estado português. Por outro lado, ao terem perdido a lógica de prémio de permanência exigirão aos seus subscritores (se quiserem zelar pelo seu melhor interesse) uma política mais ativa de comparação face à oferta concorrente. Nesse sentido estão agora muito mais próximos de um depósito tradicional com a desvantagem importante de manterem um período de imobilização de três meses o que não acontece com a maioria dos depósitos a prazo comparável nos quais é possível levantar o dinheiro antecipadamente sem restrições.

Veremos se, com este redesenho dos certificados de aforro, estará na calha uma nova oferta de dívida pública pequenos subscritores mais orientada para uma poupança a médio longo prazo.

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