Escalões IRS 2022

Os Escalões IRS 2022 já são conhecidos (e foram incluídos na versão do Orçamento do Estado para 2022 em vigor desde 27 de junho de 2022), correspondendo aos que foram divulgados na Proposta de Orçamento do Estado para 2022 entregue pelo Governo na Assembleia da República ainda em outubro de 2021.

Pode, em alternativa, consultar as tabelas de irs para 2022 conhecidas a 2 de dezembro de 2021 e que entram em vigor a 1 de janeiro de 2022.

Eis com o que podemos contrar para 2022 com impacto na retenção mensal mas também, naturalmente, na liquidação de IRS que ocorrerá em 2023. Sobre esse tema, haverá outras deduções e alterações pontuais que merecerão nota noutros artigos.

Escalões IRS 2022 – comparados

Esta imagem foi extraída do Relatório do Orçamento e crêmos que permite uma fácil comparação.

Divulgamos aqui também em tabela com os Escalões IRS 2020/2021 e os Escalões IRS 2022.

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Rendimento coletávelTaxas IRS 2021
(euros)(percentagem)
 NormalMédia
Até 7 11214,5 14,5
De mais de 7 112 até 10 7322317,367
De 10 732 até 20 32228,522,621
De 20 322 até 25 0753524,967
De mais de 25 075 até 36 9673728,838
De mais de 36 967 até 80 6404537,613
Superior a 80 88248
Escalões IRS 2020 / 2021
Rendimento coletávelTaxas IRS 2022
(euros)(percentagem)
 NormalMédia
Até 7 11614,5 14,5
De mais de 7 116 até 10 7362317,367
De mais de 10 736 até 15 21626,517,367
De mais de 15 216 até 19 69628,517,367
De mais de 19 696 até 25 0763522,621
De 25 076 até 36 7573724,967
De 36 757 até 48 03343,528,838
De mais de 48 033 até 75 0094537,613
Supeiror a 75 00948
Escalões IRS 2022

Recorde-se que entre 2020 e 2021 não houve alterações. Recorde aqui o artigo sobre os escalões IRS 2020. Se é certo que a maioria dos contribuintes não será afetado pelo desdobramento dos escalões do IRS, a verdade é que haverá cerca de 30%, os que pagam a maior parte do imposto recolhido, que sentirão algumas alterações. A partir dos €10.736 e até ao rendimento coletável de €75.000 ocorrerá uma descida do IRS que se traduzirá em reduções anuais que poderão atingir algumas centenas de euros. Acima dos €75.000 a situação será menos óbvia pois se é verdade que o IRS aplicado até aos €75.000 será inferior, acima desse valor a taxa será maior atingindo os 48% de taxa marginal num valor mais baixo do que anteriormente (só se aplicava acima dos €80.882).

Os limites dos escalões sofreram dois tipos de alterações. Por um lado, um ajuste absolutamente marginal, transversal a todos, com aumentos dos limites de menos de 0,06% e, por outro, alguns como o 3º e o 6º foram desdobrados com descida das respetivas taxas marginais. O antigo 7º escalão, agora 9º, começa num patamar cerca de €5.000 mais baixo do que anteriormente como já referimo anteriormente.

Quem ganha mais de €75.000 pagar 48% de IRS?

Só para explicar muito sumariamente como funcionam os taxas marginais de IRS convém tentar responder a esta pergunta.

A resposta é não, não paga 48% sobre o rendimento coletável. Paga 48% sobre todo o rendimento coletável que receba acima dos €75.000. Os valores até esse montante são divididos em fatiais iguais aos escalões de IRS existentes e cada fatia pagará a taxa de IRS correspondente a esse escalão. Ou seja, a 1ª fatia, até aos €7.116 pagará 14,5%, a 2ª fatia dos €7116 até aos €10.736 pagará 23% e por aí adiante.

Recorde-se ainda que há uma fatia do rendimento anual que está isenta de IRS, um valor que tem rondado os €9.000. Esta fatia não é incluida no rendimento coletável e é suficentemente para que cerca de metade dos agregados familiares – cujo rendimento não ultrapassa esse montante -, não paguem IRS. Aliás esse fator impede que medidas assentes na devolução do IRS às famílias (que tenham filhos, por exemplo) não seja eficaz para estas famílias mais desfavorecidas, razão pela qual ha nesta proposta de orçamento algumas novidades – que deixaremos para outro artigo.

Perspectiva Histórica

Pode consultar mais informação na nossa página sobre Escalões de IRS.

3 comentários

  1. Sendo assim os que têm altos rendimentos tb estão salvaguardados nos escalões equiparados aos baixos rendimentos e isso é uma maneira “camuflada” de os “esconder”,

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