Recebe reforma da Suiça e vive em Portugal? Boas notícias

O Banco Central Suiço anunciou que vai deixar e tentar promover a estabilidade da taxa de câmbio do franco suiço face ao euro deixando que o valor da moeda helvética oscile livremente, ou seja, vai deixar de comprar euros no mercado internacional por troca de francos suiços. Estas compras que o Banco Central Suiço vinha fazendo há vários anos garantiam que a moeda suiça não ficasse mais cara quando comparada com o Euro garantindo assim que as exportações suiças não perdiam competitividade face às da zona euro (ficarem mais caras) por via de uma valorização do franco.

Note-se que com a sucessiva e acelerada desvalorização do euro (por exemplo face ao dolar) as reservas que o Banco Central Suiço acumulou em euros estão a valer cada vez menos e com a promessa de implementação de uma política monetária por parte do Banco Central Europeu que, na prática, pode contribuir para uma desvalorização ainda maior do euro, o cenário tenderá a agravar-se. A tarefa do Banco Central Suiço de manter a taxa de câmbio seria crescentemente arriscada por motivos que não vamos aqui aprofundar. O que é certo é que o Banco Central Suiço desistiu de fixar o câmbio face ao euro e em poucas horas o franco suiço valorizou 25% estando à hora a que escrevemos este artigo a valor mais de 14% do que valia no final do dia de ontem. Na prática, um franco suiço vale hoje praticamente o equivalente a um euro.

Para um ex-emigrante na suiça que continue a receber a sua reforma em francos suiços e esteja a viver em Portugal, isto significa que, a manter-se a taxa de cambio atual, na prática passará a ganhar em euros o equivalente a, pelo menos, mais dois meses de reforma, tal será o ganho de poder de compra que terá. Se juntarmos a isto um cenário de deflação em Portugal (ou seja, ter o dinheiro no colchão não implica que este perca valor), o ganho por via da taxa de câmbio é líquido e real.

Fazer férias na Suiça (e, em geral, fora da zona euro) é que, para quem tem rendimentos em euros, ficou muito mais caro. O mesmo deverá suceder com todas as importações que recebemos das multinacionais Suiças adquiridas a fábricas e prestadores de serviços que produzam na suiça (fora da zona euro).

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