CUIDADO! Estudo da DECO Proteste sobre supermercados ignora cartões de desconto (rev.)

Recentemente a Sonae informou o mercado de que 90% das vendas nos seus supermercados faz-se através do seu cartão de fidelização (cartão Continente) o que, a ser verdade, revela que é de aceitação generalizada que a sua subscrição implica ganhos para a grande maioria de clientes. O cartão é gratuito e oferece um desconto permanente de 1% (em saldo) e descontos regulares em produtos, sendo o mais regular um desconto de 10% em todos os produtos  durante uma a duas semanas (aplicável um única vez em cada período de desconto, ou seja, numa única compra sem limite de produtos) em quase todos os meses do ano, igualmente convertido em saldo a gastar e enviado regularmente por correio para os subscritores.

Vem isto a propósito do mais recente estudo da empresa Deco Proteste com profusa difusão nos media no qual se hierarquizam os supermercados do país que foram visitados (em abril de 2013). A rede Jumbo é apresentada como a mais económica e a rede Continente como estando cada vez mais distante da liderança. O problema é que a comparação ignorou os cartões de fidelização de todas as redes e, portanto, só é válida para clientes esporádicos (e para o mês da recolha naturalmente). Sabendo do impacto que os cartões de fidelização têm presentemente nas vendas (o Jumbo também tem o seu com outra estratégia de marketing) torna-se assim praticamente enganador estabelecer rankings que ignorem esta realidade podendo os resultados da hierarquização divergir completamente da realidade face às praticas correntes de consumo da maioria dos portugueses.

A forma como cada rede gere a sua estratégica de marketing e de vendas (há redes que não têm cartão de desconto,por exemplo o Pingo Doce) pode assim ser decisiva para ganhar ou perder destaque neste tipo de ranking cada vez mais desfasado da realidade.

Deixamos assim aqui nota deste “pequeno” problema, assumido pela empresa Deco Proteste na sua página de respostas frequentes, mas sobre o qual vemos muito poucas referências nas manchetes e títulos das dezenas de notícias hoje publicadas que apontam vencedores e vencidos.

Vale a pena fazer exercícios destes com este tipo de distorções? O leitor/consumidor que decida. Da nossa parte deixamos a sublinhado para que possa avaliar criticamente as notícias que lhe são oferecidas, procurando continuar a dar o nosso contributo para a defesa honesta, informada e o menos enviesada possível do consumidor.

Bons negócios!

12 comentários

  1. Ora muito bem .Estalou a guerra.Para mim como consumidor final.O importante é de facto gastar o menos possível.Ou seja comprando o que quero ou necessito sem ser imposto regras sempre favoráveis as grandes superfícies.Como por exemplo :
    – Pagar por um produto mais dinheiro para ficar com dinheiro no cartão. E só o podendo reaver com mais compras. Isto é gastar mais dinheiro se o saldo do cartão não for suficiente.Pois o propósito desta estratégia é visitar mais vezes a loja. Para poder ser atraído por outros produtos. e campanhas.
    Deixemos-nos de enganos. As promoções só são promoções quando não temos que pagar para as usufruir.Promoção é o produto mais barato que o preço normal e sem ser inflacionado para a promoção.Mas a DECO nunca que eu saiba se pronunciou por estas praticas lesivas ao consumidor.

  2. Esse artigo sobre a “distorção” dos preços nos supermercados, a “cascar” na Proteste, está um tanto rancoroso.
    Como é possível fazer a comparação de preços, a não ser com os preços-base?
    As promoções ligadas aos cartões estão sempre a mudar.

    1. Qual é o preço base Margarida quando temos o Continente a dizer que 90% dos seus clientes tem cartão de fidelização? Como será no Jumbo que também tem cartão de fidelização? Ou no Intermarché? Os clientes decidem qual é o que mais lhes convém pelos preços aplicáveis a um cliente esporádico ou com base no melhor preço que podem obter? As promoções na loja (as do mês de abril de 2013 em que foi feita a recolha) ainda lá estão hoje ou estão também elas sempre a mudar? As promoções em loja foram ignoradas no estudo? Parecem-me questões muito objetivas, o que é que isto tem a ver com “rancor”e porque é que escreveu “distorção” entre áspas? Tem dúvidas que exista? A DECO Proteste, procurando bem, dá a informação sobre como fez o estudo e dai concluimos que ele basicamente é útil para guiar clientes esporádicos. Ponto final. Se introduzirmos as práticas correntes daquilo que parece ser a larga maioria dos clientes (ter um ou multiplos cartões de fidelização) ficamos sem saber qual é o melhor. Fazê-lo seria complicado? Sim, sem dúvida. Por isso não se faz e arranja-se uma comparação inútil para a “esclarecer” os clientes, correndo o risco sério de os induzir em erro?

  3. Interessa ao consumidor final que pague menos e sem subterfúgios. Nada tenho a ver com a DECO, mas já agora prestem um serviço à comunidade. Os descontos de 10% no cartão do Continente durante duas semanas não é verdade. São 10% de desconto em cartão numa compra(1 só) no período de duas semanas. Já agora porque será que o Continente no final de cada fatura diz que “já ganhou X em descontos no cartão”. Bom seria também colocarem lá quanto é que o Continente já ganhou com o mesmo cliente.

    1. Sim numa compra que pode ser realizado durante uma a duas semanas e que habitualmente repete no mês seguinte. Vamos rever o texto para não subsistirem dúvidas. Obrigado pela crítica.

  4. A chamada de atenção é justificada e a conclusão é correcta e isenta.
    Menos isento é anunciar um ranking, ignorando uma das componentes essenciais dos preços. Meia verdade, não é a verdade.
    Sou cliente de ambos e, naturalmente, procuro sempre fazer uso dos descontos que colocam à minha disposição, bem como procuro comprar fazendo sempre uma comparação de preços. Dá trabalho? Claro que sim!!
    Compensa?
    Se não tivesse essa certeza, não me daria ao trabalho!!
    Boas compras!

  5. Não sei para que é tanto barulho por causa dos cartões. Eu tenho um cartão de fidelização do Continente, e estou muito satisfeito. De vez em quando recebo por correio, talões de desconto que vão desde os 10% numa só compra, como descontos de 25 e 50% em determinados produtos. O beneficiado sou eu, e tenho-me sentido muito bem. Qual é o problema ????. No final do talão de compras, aparece a informação ” Já ganhou XXXXX” é que de 500 em 500 euros, ainda ganhamos mais um bónus. Tudo muito simples. Quem quer gosta, quem não gosta não come.

  6. Há uma questão pertinente :
    Tenho comprado produtos (vinhos) continente com desconto em cartão de 50%. Porém não sei se o preço base é artificialmente encarecido, constituindo assim o bonus um logro…

    1. Não estou de modo algum a defender o Continente, ou outro híper qualquer. Mas tenho verificado que os produtos que teem descontos, são feitos em termos de preço, no seu valor real, e não são acrescidos

  7. E depois ainda há aqueles que por simplesmente não gostam de dar os seus dados pessoais, nem gostam que os hipers “espiem” e façam um histórico do que eles andam a comprar.
    Eu faço parte desse grupo.

  8. Há umas semanas atrás fui ao continente e comprei uma garrafa de azeite que dizia a publicidade que tinha 50% de desconto em cartão. Vi dias depois noutro supermercado o mesmo azeite por metade do preço…..comentários para quê?Apenas publicidade enganosa…..

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