Os dados mais recentes divulgados pelo Eurostat, revelam que a população em risco de pobreza aumentou 9 vezes mais na Zona Euro do que em Portugal entre 2019 e 2021.
Entre 2019 e 2021, o período mais significativo de impacto da COVID-19, a população em risco de pobreza antes de transferências sociais (mas incluindo pensões) aumentou de 24,0% da população total da Zona Euro para 27,3%, ou seja, um aumento de 2,9 pontos percentuais.
Em Portugal, igualmente entre 2019 e 2021, essa população aumentou 0,3 pontos percentuais, passando de 22,7% para 23,0%.
O aumento de 0,3 pontos percentuais em Portugal é 9,66 vezes inferior ao aumento de 2,9% registado na Zona Euro.
A nível da União Europeia a 27 países o aumento população em risco de pobreza foi de 2,0 pontos percentuais, fixando-se nos 26,4% (que compara com os 23,0% em Portugal).
Os dados oficiais são do Eurostat referem-se ao Survey on Income and Living Conditions – EU-SILC ou Inquérito às Condições de Vida e Rendimento das Famílias da responsabilidade do INE desde 2004, seguindo as regras harmonizadas a nível europeu.
Portugal ficou assim longe de ser dos países onde a pobreza monetária mais cresceu durante a pandemia. Esse pouco invejável recorde fica reservado a Espanha, onde a população em risco de pobreza aumentou 4,3 pontos percentuais, atingindo, em 2021, 31,2% da população.
De facto, houve 13 países da União Europeia que registaram uma evolução pior do que Portugal, sendo destes, 10 membros da Zona Euro. Note-se que não há dados disponíveis para a Hungria e para a Eslováquia.
A população em risco de pobreza aferida nestes cálculos resulta de classificar como pobres os que têm rendimentos (que incluem pensões) de valor inferior a 60% da mediana do rendimento equivalente após transferências sociais.