Problemas com agendamento de vacinas COVID-19

Se está há várias semanas à espera que lhe confirmem o agendamento provavelmente este artigo interessa-lhe. Procuramos dar algumas dicas sobre problemas com agendamento de vacinas COVID-19.

 

ADENDA 4 de junho de 2021: Segundo indicações da DGS todas as pessoas com mais de 70 anos que ainda não se encontram vacinadas podem deslocar-se livremente e sem marcação a qualquer centro de vacinação onde terão prioridade sobre os restantes utentes. Esta indicação será alargada progressivamente para quem tem mais de 60 anos e assim sucessivamente dando prioridade a quem ficou para trás quando já há outras grupos etários mais jovens a receber as vacinas.

 

Apesar do processo de vacinação estar a conseguir manter um ritmo de vacinação alinhado com a receção das vacinas enviadas pelas farmaceuticas, a verdade é que é natural existir um compromisso entre velocidade e volume, por um lado, e precisão e rigor, por outro. E uma das consequências da metodologia seguida é que os casos que por algum motivo falham ao procedimento linear podem ficar no limbo mais tempo do que é desejável.

Dito isto, antes de mais nada, espreite todas as regras do pré-agendamento, releia-as, relativas ao pré-agendamento e confirme que não encontra informação relevante para o seu casos nas perguntas e respostas mais frequentes.

Se está a ter dificuldades em fazer o pré-agendamento pois este parece bloquear, tente fazê-lo usando outros browser de internet.

 

Está há várias semanas à espera que lhe confirmem o agendamento?

Temos tido vários relatos de pessoas que procederam há semanas ao respetivo pré-agendamento, portanto pessoas mais idosas, pertencentes aos grupos de risco mais elevado, que até hoje não foram chamadas à vacinação.

O seu número não deverá ser muito elevado em termos absolutos mas a verdade é que existem e, em bom rigor, deveriam ser prioritárias, não devendo ser opção terem de esperar por uma eventual repescagem muitas semanas ou meses depois da data devida de vacinação.

A explicação para estes casos poderá não ser comum e sabemos que em algumas regiões os respetivos centros de saúde estão a utilizar abordagens diferentes para minimizar estas situações e resolvê-las. Contudo, nem todos os centros de saúde se prepararam da mesma forma, nem todos os portugueses têm médicos de família atribuídos a quem recorrer nestes casos, nem todos estão a ter a capacidade ou empenho para valorizarem esta prioridade, ficando demasiado confortáveis em deixar alguns de maior risco ficar para trás.  Este não é, de todo, o espírito do processo de vacinação em implementação por todo o país.

 

Problemas com agendamento de vacinas COVID-19: O que fazer?

De facto, estes problemas com agendamento de vacinas COVID-19, sucedem ao mesmo tempo em que se vão repetindo as solicitações para que quem é mais idoso e ainda não foi vacinado zele para que o seja. Se tem dificuldades que peça ajuda a familiares, é um dos conselhos mais comuns.

Se tem médico de família e tem a sorte de poder contactá-lo eletronicamente ou por telefone, o ideal é dar-lhe nota da sua situação. Em última análise deverá deslocar-se ao centro de saúde fisicamente para perceber o que se passa.

Se está à espera há várias semanas e tem mais de 65 anos e lhe mandaram esperar em casa, muito sinceramente, não aceite essa resposta [veja a ADENDA no início deste artigo]. Exija um compromisso mais firme, pois pode muito bem ter havido um problema informático grave – que sucedeu em alguns casos que conseguimos confirmar pessoalmente – onde o pré-agendamento simplemente caiu num limbo. O pré-registo não gerou qualquer erro, pelo contrário, mas, na realidade, não foi registado nas listas usadas para proceder à calendarização da vacinação.

Se esbarrar num burocrata, insista, peça para falar com um superior, teimosamente se for necessário, no limite exija o livro de reclamações. E se mesmo assim lhe fecharam a porta no centro de saúde – o que nunca deveria suceder em caso destes – dirija-se ao centro de vacinação mais próximo e tente de novo, lá tem certamente acesso à plataforma de agendamento e podem ajudá-lo a perceber o que se passa e, claro, havendo vacinas, podem vaciná-lo.

Repetimos, isto deverá ser um procedimento apenas nos casos onde a vacinação deveria ter acontecido há várias semanas e quando não é já razoável acreditar que tudo correu bem no pré-agendamento e que basta esperar.

 

Porque é que sucedem estes casos?

De facto, nem sempre o atraso na vacinação destas franjas que foram ficando para trás resulta de falta de mobilização destes. Conhecemos alguns casos de desincentivo ativo por parte de centros de saúde a estes mais idosos, pedindo-lhes para esperar, esperar, esperar.

Numa situação, o facto de os mais idosos terem sido rápidos a pedir o pré-agendamento logo nos primeiros dias em que este esteve disponível, foi apontado pelo centro de saúde como causa do problema… Essa celeridade terá impedido o centro de saúde de extrair uma listagem completa dos seus utentes (!), tendo a listagem extraída saído sem centenas ou mesmo alguns milhares de utentes mais idosos (não conseguiram ou quiseram precisar quantos poderiam ser os afetados).

Por algum bug informático, esses utentes, deixaram de estar no radar do centro de saúde mas, ao mesmo tempo, o pré-registo também não surgia no sistema centralizado de gestão da vacinação ainda que, na plataforma de agendamento, o pré-agendamente surja como válido.

 

Não ligue para linha SNS 24

A verdade é que ligar para linha SNS 24 para tentar dar nota e resolver estes bloqueio não funciona. A equipa que faz o atendimento não têm acesso à plataforma de vacinação e não consegue informar e muito menos resolver qualquer erro informático. Por outro lado, não há outro número de telefone disponível para atender estas situações. Os emails disponível também não têm sido úteis pois o mais comum é não haver qualquer resposta.

Há, portanto um bloqueio aparentemente inultrapassável, quando o centro de saúde se demite da sua função descarregando responsabilides no sistema centralizado de gestão.

 

Mais algumas opções para desbloquear “embrulhadas”

Coloca-se uma questão de equilíbrio.

É natural que tenha de haver um período de espera que até poderá diferir de região para região, para coordenar adequadamente o processo de vacinação.

Contudo, se ao fim de duas, três, quatro semanas, a resposta continuar a ser “esperar” ou, simplesmente, não há qualquer interação, seja por SMS, por chamada telefónica ou outra, recomendamos vivamente que o utente e, se possível, os seus familiares, se mobilizem para terem uma atitude mais firme e imperativa junto dos centros de saúde ou mesmo dos centros de vacinação no sentido de exigirem que o fator de risco não possa ser desprezado por tanto tempo [veja a ADENDA no início deste artigo].

Os que ficaram para trás não podem ser encarados como uma chatice que não dá jeito nenhum ter de enfiar no meio de um agendamento de pessoas muito mais novas que esteja  correr lindamente.

Na maioria das situações que conhecemos, a simples presença do mais idoso, com o cartão do cidadão ou de utente do SNS (para quem anda tem bilhete de identidade) de preferência com um comprovativo da demora (comprovativo de um pré-agendamento com algumas semanas que poderá extrair facilmente da plataforma de agendamento) junto de um centro de vacinação, é bastante para a vacina ser providenciada rapidamente e é um exercício que recomendamos. Mas nem sempre as coisas sucedem de forma tão suave.

Não se espante se tiver de superar algum ou alguns pequenos burocratas muito mal instruídos quanto à necessidade de equilibrar velocidade com prioridade. Dito isto, é um esforço que vale a pena, face ao risco em causa.

Estes problemas com agendamento de vacinas COVID-19 têm de ser enfrentados, o quanto antes. Exigir que as pessoas não são números e que há margem – tem de haver – para um melhor equilíbrio entre produção e triagem de risco é uma aspiração legítima e desejável para melhorar a própria qualidade do serviço e otimizar o sucesso de todo o processo de vacinação, minimizando as vítimas e protegendo os mais vulneráveis primeiro.

Não deixe de ler: Agendamento da vacina para o COVID-19 será alargado – 45 anos 

Não deixe de ler todos os artigos sobre o COVID-19 que temos publicado, muitos deles destacando perguntas e respostas sobre algumas das medidas mais emblemáticas.

7 comentários

  1. Tive alguma dificuldade no agendamento online, mas insisti na marcação e acabei por receber numa dessas tentativas SMS de imediato com marcação do dia, hora e local.
    Tal como agendado fui hoje vacinado no período da tarde e correu tudo muito bem com organização método e celeridade.
    Tudo ok

  2. é de lamentar que até agora nenhuma informação sobre a vacinação para quem já contraiu a infeção por covid 19 :::::::::

  3. O meu marido tem 66 anos e ainda não foi chamado para ser vacinado, não quer fazer o auto agendamento diz que vai esperar que o chamem. É normal com a idade dele, não ter sido chamado?

    1. Depende da agilidade do Centro de Saúde. Se puder fazer o autoagendamento é preferível. Caso contrário corre o risco de poder ter de esperar muito tempo e, como se relata neste artigo, nunca se sabe se não houve algum problema no seu registo. Com 64 anos, a esta data já é recomendável não ficar passivo à espera.

      1. Aleluia, um artigo na net sobre os auto-agendamentos que caem num limbo!
        Porque é que não há jornalistas e media oficial a falar neste assunto?

  4. “Que alguns caem num limbo”, é verdade e tambem acho que os votam ao esqucimento, na vontade de acelerar a vacinação quem fica para trás, nem querem saber. A minha filha fez o agendamento para o dia 28/06/2021, não recebeu SMS, entrou em contacto com SNS que informou que poderia ser um erro informático, contactou o Médico de Família e nada, desde o dia 28 de Junho que todos os dias tenta fazer o reagendamento e o sistema continua a manter a data de 28/06/2021 para a vacinac, estamos a 17 de Julho, perante isto, penso haver muitos mais casos semelhantes, o que é lamentável.
    Nem sei classificar este tipo de descaso.

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