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Défice Comercial em Queda Acentuada com Exportações em Valor Recorde – Março 2021

Défice comercial em queda acentuada há vários meses mas desta vez com um perfil é mais benigno.

Explicando melhor, ao contrário da tendência recente em que a diferença entre o que comprávamos ao exterior e aquilo que vendiamos se ia reduzindo por conta de um esmagamento das importações superior ao das exportações, em março de 2021, o défice caiu a pique à conta do disparar das exportações (+28,8% do que no período homólogo) face às importações (que também regressaram a valores fracamente positivos aumentando 12,2%).

 

Março de 2021: Primeiro mês homólogo que já compara com dados afetados pela pandemia

Os dados relativos a março de 2021 divulgados pelo INE, para a balança comercial (que não inclui serviços como o turismo, mas somente comércio internacional de bens), já comparam com um mês de 2020 que foi, pelo menos parcialmente afetado pela pandemia.

O INE detalha em pouco a evolução muito favorável – o maior aumento homólogo mensal de sempre nas exportações de bens – revelando que se destacaram: “(…) os acréscimos nas exportações de Material de transporte (+61,0%) e nas importações de Fornecimentos industriais (+15,1%) e de Máquinas e outros bens de capital (+27,3%).

Excluindo Combustíveis e lubrificantes, o cenário não é muito diferente, dado que “as exportações e as importações aumentaram 27,9% e 15,0%, respetivamente (+2,1% e -9,8%, pela mesma ordem, em fevereiro de 2021)”.

 

Défice comercial cai €555 milhões em março de 2021

Segundo o INE:

O défice da balança comercial de bens diminuiu 555 milhões de euros face ao mês homólogo de 2020 (diminuição de 622 milhões de euros em relação a março de 2019), atingindo 1 002 milhões de euros em março de 2021. Excluindo Combustíveis e lubrificantes, o défice diminuiu 385 milhões de euros (diminuição de 443 milhões de euros face a março de 2019), atingindo 743 milhões de euros.

No mês de março de 2021, a taxa de cobertura das importações pelas exportações foi de 85,3%, o que compara com uma taxa de cobertura de 74,3% em março de 2020 ou de 76,1% em março de 2019.

 

Primeiro trimestre de 2021 com dados revistos em alta

O INE apresentou também uma revisão em alta da estimativa rápida relativa ao 1º trimestre de 2021, tanto para as exportações (+0,2 pontos percentuais) quanto para as importações (+ 0,4 p.p.). E em jeito de balanço revela:

No 1º trimestre de 2021, as exportações de bens aumentaram 6,2% e as importações diminuíram 5,3% face ao 1º trimestre de 2020 (-4,9% e -11,0%, pela mesma ordem, no trimestre terminado em fevereiro de 2021). Comparando com o 1º trimestre de 2019, as exportações aumentaram 3,0% e as importações diminuíram 8,4%.

 

Países de origem e destino

Vale a pena reter o que o INE destaca quanto aos países de origem e destino das trocas comercias portugueses em março de 2021:

Em março de 2021, tendo em conta os principais países de destino em 2020, são de salientar nas exportações os aumentos para Espanha (+31,6%; +10,6% face a março de 2019) e para França (+41,4%; +12,6% em relação ao mês homólogo de 2019).

Nas importações, destaca-se o aumento de Espanha (+17,4%; +4,4% face a março de 2019), principalmente de Fornecimentos industriais.

 

Próximos meses

Os próximos meses dirão se este início de novo período de desconfinamento trouxe uma nova tendência ou se os dados agora identificados apresentam algum estímulo extra de atividade que esteve a acumular sem poder ser transportada no confinamento de janeiro a março, e se estabilizará nos meses seguintes.

Para já, estes dados juntam-se aos aqui analisados no artigo “Consumidores e Clima Económico revelam maior confiança – Março 2021 ” e parecem ser claramente promissores.

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