Agora é oficial, o Instituto Nacional de Estatística informou a 25 de março de 2019 que o Estado Português registou excedente em 2019: 0,2% do PIB.
Segundo o INE:
“O saldo do setor das Administrações Públicas (AP) registou um aumento de 0,3 p.p. no ano terminado no 4º trimestre de 2019, relativamente ao trimestre anterior, situando-se em cerca de 403,9 milhões de euros, o que correspondeu a 0,2% do PIB (-0,4% do PIB em 2018).”
No gráfico seguinte do INE conseguimos visualizar a posição dos vários sectores institucionais em termos de capacidade ou necessidade de financiamento. Em destaque, o excedente orçamental do Estado refletido nas Administrações Públicas (mais detalhe sobre o principais agregados das administrações públicas aqui, no INE).
Infelizmente, este valor recorde não voltará certamente a ser atingido ou superado nos próximos anos em virtude do que se adivinha vir a ser a maior crise económica global das últimas décadas e que se está a desenrolar à escala planetária à conta do surto de COVID-19.
Ainda do resumo do INE:
A capacidade de financiamento da economia situou-se em 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019, o que compara com 1,2% em 2018. O PIB nominal aumentou 3,9%, taxa inferior ao crescimento de 4,0% do Rendimento Nacional Bruto (RNB) e do Rendimento Disponível Bruto (RDB), verificando-se uma redução do saldo dos rendimentos primários com o Resto do Mundo. Considerando valores para o ano terminado no trimestre, a capacidade de financiamento da economia passou de 0,6% do PIB no 3º trimestre para 0,8% no 4º trimestre de 2019.
Em termos trimestrais, a capacidade de financiamento do setor institucional das Famílias diminuiu de 1,7% do PIB no ano acabado no 3º trimestre de 2019 para 1,6% no ano acabado no 4º trimestre. O rendimento disponível das Famílias registou um aumento inferior ao da despesa de consumo final, o que determinou a redução em 0,1 pontos percentuais (p.p.) da taxa de poupança para 6,7%. O saldo das Sociedades Não Financeiras fixou-se em -3,4% do PIB no 4º trimestre, enquanto a capacidade de financiamento das Sociedades Financeiras diminuiu para 2,4%.
Para ter todos os detalhes recomendamos a consulta do destaque à comunicação social do INE.
Sobre este tema o INE fez questão de deixar o seguinte sublinhado e apelo públic a que também damos eco:
“A informação deste destaque não reflete ainda a situação atual determinada pela pandemia Covid19. É de esperar que as tendências aqui analisadas se alterem substancialmente. De qualquer modo, a informação hoje disponibilizada é útil para estabelecer uma referência para avaliar desenvolvimentos futuros. Apesar das circunstâncias, tentaremos manter o calendário de produção e divulgação, embora seja natural alguma perturbação associada ao impacto da pandemia na obtenção de informação primária.
Por esse motivo apelamos à melhor colaboração das empresas, das famílias e das entidades públicas na resposta às solicitações do INE, utilizando a Internet e o telefone como canais alternativos aos contatos presenciais. Na verdade a qualidade das estatísticas oficiais, particularmente a sua capacidade para identificar os impactos da pandemia Covid19, depende crucialmente dessa colaboração que o INE antecipadamente agradece.”
Não deixe de ler os artigos sobre o COVID-19 que temos publicado.