Com os dados preliminares das contas nacionais trimestrais relativas ao ano completo de 2019, surge também a primeira estimativa sobre o peso da dívida pública no PIB. E a conclusão é clara, a dívida pública cai para nível mais baixo em 8 anos.
Em 2014 o peso da dívida pública no PIB atingiu o seu máximo histórico de 132,9%. De então para cá desceu ligeiramente em 2015, subiu ligeiramente em 2016 (para 131,5%) e desde esse ano iniciou uma queda consistente, quer por via do crescimento do PIB nominal que então se registou, quer pela redução do défice orçamental anual.
Em 2019, o PIB nominal terá crescido 3,9% ao mesmo tempo que o défice do Estado desapareceu e foi convertido num pequeno superavite, de 0,2% do PIB (cerca de €400 milhões), o primeiro em democracia.
Como consequência, o peso da dívida pública caiu para 117,7%. É preciso recuar a 2011 para encontrar (114,4%) um valor mais pequeno, 8 anos antes de 2019.
A tendência de consolidação é clara, contudo, será certamente interrompida pela atual crise global patrocinada pelo COVID-19.
Uma crise com traços de crise de procura mas também com forte impacto na oferta que ameaça ser a maior crise económica mundial registada em tempos de paz, em muitas décadas.
As respostas de combate à crise têm-se sucedido em váriso países, numa perspetiva incremental, o que atesta a dificuldade em compreender a magnitude do fenómeno. Ainda assim, estas podem ainda ser demasiado conservadoras e desajustadas face à tipologia de problemas e à duração dos efeitos que se antecipam para vários setores.
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