Consumidores mais confiantes em outubro de 2016

Em outubro, o indicador de confiança dos consumidores repetiu o sentido de evolução já registado em setembro, no sentido de aumentar o nível de confiança das famílias portuguesas. Este foi o segundo mês consecutivo de aumento dos níveis de confiança após três meses de queda.

O indicador de clima que sintetiza o sentimento das opiniões dos empresários de vários setores revela uma ligeira descida. Esta descida resulta de evoluções em sentido contrário, com a indústria transformadora e a Construção e Obras Públicas a melhorarem e com os Serviços e o Comércio a piorarem os seus indicadores de confiança.

Consumidores mais confiantes em outubro de 2016
Consumidores mais confiantes em outubro de 2016 e Indicador de Clima com ligeira descida. Fonte: INE

 

Confiança dos Consumidores

Segundo o INE: “o aumento do indicador de confiança dos Consumidores nos últimos dois meses deveu-se ao contributo positivo de todas as componentes“. As componentes a que o INE se refere são as perspetivas relativas à evolução da situação económica do país, à situação financeira do agregado familiar, à poupança e ao desemprego.

 

Confiança por Setores de Atividade

Indústria Tranformadora

Em outubro, o indicador de confiança aumentou depois de ter estabilizado em setembro. O aumento foi suportados pela melhoria de sentimento apresentada nas opiniões relativas às  perspetivas de produção e à evolução dos stocks de produtos acabados. Registou-se um ligeiro agravamento das opiniões sobre a procura global.

 

Construção e Obras Públicas

Quanto ao indicador de confiança da Construção e Obras Públicas manteve o movimento ascendente consecutivo iniciado em julho e prolongou a tendência ascendnete que se consegue identificar desde finais de 2012. O valor agora registado é mesmo o mais elevado em sete anos.

Segundo o INE a “evolução do indicador em outubro refletiu o contributo positivo do saldo das opiniões sobre a carteira de encomendas, uma vez que as perspetivas de emprego estabilizaram. Não considerando médias móveis de três meses, o indicador diminuiu no último mês, devido ao contributo negativo das duas componentes.

 

Comércio

Segundo o INE, o “indicador de confiança do Comércio diminuiu ligeiramente em outubro, interrompendo o aumento verificado entre abril e setembro“. Para este ligeiro retrocesso terá contribuído  a evolução negativa das opiniões sobre o volume de vendas. Pela sua magnitude mais do que compensou a evolução positiva nas opiniões relativas ao volume de stocks. As opiniões quanto às perspetivas de atividade estabilizaram. Note-se que, o INE sublinha que, “Não considerando médias móveis de três meses, o indicador de confiança aumentou ligeiramente em outubro.

 

Serviços

Também nos serviços se registou uma ligeira degradação o indicador de confiança em outubro de 2016. No caso concreto, o INE destaca que o comportamento resultou do contributo negativo das opiniões sobre a atividade da empresa e sobre as perspetivas de evolução da procura. Quanto às apreciações correntes sobre a evolução da carteira de encomendas a evolução foi positiva o que já sucede há três meses consecutivos.

 

Variáveis trimestrais:

Em outubro (tal como em janeiro, abril e julho) o INE acresenta algumas perguntas trimestrais aos seus inquéritos de confiança setoriais e aos consumidores. Na pesquisa deste mês a evolução destas variáveis sinaliza, maioritariamente, aspetos positivos. Eis o que diz o INE sobre cada setor quanto a estas variáveis, em concreto:

 

Indústria Transformadora:

A percentagem de empresas que revelaram a existência de obstáculos à atividade diminuiu nos dois últimos trimestres, retomando a trajetória decrescente iniciada em julho de 2012. A insuficiência da procura continuou a ser o fator limitativo mais referido, embora verificando-se em outubro uma diminuição da percentagem de empresas que o considerou como o obstáculo mais importante.

A taxa de utilização da capacidade produtiva fixou-se em 79,9% em outubro (80,1% em julho). O número de semanas de produção assegurada diminuiu em outubro, contrariando o aumento registado no trimestre anterior. As apreciações sobre a resposta da capacidade de produção atual face à procura corrente e prevista agravaram-se, após terem estabilizado em julho. O sre das perspetivas de evolução da carteira de encomendas externa diminuiu em julho e outubro, retomando o movimento descendente iniciado em outubro de 2015.

 

Construção e Obras Públicas:

O número de meses de produção assegurada aumentou no trimestre de referência, após ter atingindo em julho o valor mínimo da série. A taxa de utilização da capacidade produtiva fixouse em 69,0% (68,4% no trimestre anterior), retomando o perfil crescente iniciado em julho de 2013 e atingindo o valor mais elevado desde abril de 2011. O saldo das perspetivas de atividade aumentou de forma expressiva no trimestre de referência, atingindo o máximo desde outubro de 2008.

 

Comércio:

Os saldos das opiniões relativas ao volume de vendas e às encomendas a fornecedores aumentaram no último trimestre, enquanto as perspetivas de volume de vendas agravaram-se de forma acentuada. As opiniões relativas a encomendas de fornecedores estrangeiros recuperaram em outubro. No trimestre de referência, a percentagem de empresas com indicação de obstáculos à atividade diminuiu, atingindo o valor mínimo da série. A insuficiência da procura permaneceu como o obstáculo mais referido em outubro, tendo também aumentado o número de empresas que indicaram este obstáculo como o mais importante. De referir ainda que a percentagem de empresas que mencionou as dificuldades de tesouraria como o obstáculo mais importante aumentou de forma expressiva no trimestre de referência.

 

Serviços:

A percentagem de empresas com indicação de limitações à atividade diminuiu entre abril e outubro, após ter aumentado em janeiro, registando o mínimo desde outubro de 2007. A insuficiência da procura continuou a ser o fator limitativo mais referido, registando-se um ligeiro aumento da percentagem de empresas que a referem como o obstáculo mais importante, seguindo-se a concorrência, que registou um aumento expressivo da percentagem de empresas que a indicam como obstáculo mais relevante.

 

Mais detalhes no INE.

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