A diferença entre estancar a hemorragia e a alta do doente

A ler “Portugal, um sucesso à força” de Rui Peres Jorge, no Negócios.
Um excerto:

“(…) A dívida pública está próxima dos 130% do PIB desafiando os limites da sustentabilidade no contexto de uma economia estagnada, com desemprego de país em desenvolvimento – onde por isso o défice externo corrigiu, mas o orçamental persiste. Os juros da dívida, que baixaram nos últimos meses, continuam acima do crescimento nominal da economia, uma realidade que é agravada pelo contexto de inflação baixa e crescimento anémico que se instalou na Zona. E ninguém pode ficar descansado com a forma como as taxas de juros têm navegado ao sabor das decisões da reserva federal norte-americana ou dos ajustamentos nos mercados emergentes. 

A actual situação portuguesa é melhor do que há um ano e o País escapou à espiral recessiva grega. O Governo e os responsáveis da troika poderão fazer disto um sucesso, mas não o é. A situação é frágil, pior do que seria de esperar e é por isso que Portugal precisa de mais apoio financeiro externo, assim como de políticas que promovam o investimento, a inflação e o crescimento na Zona Euro. Esta é a razão para defender um cautelar, para pressionar o BCE a fazer mais pela periferia e para procurar políticas orçamentais mais razoáveis no plano nacional e europeu – incluindo a ponderação de alguma reestruturação de dívida. Isto não é nada demais, mas se a Europa e Portugal recusarem os seus erros, poderá revelar-se impossível.”

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