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De como o BCE está a deixar a Irlanda reestruturar a dívida

O jornalista Rui Peres Jorge escreveu hoje um artigo no Massa Monetária onde vai “Tentando perceber a reestruturação irlandesa“. Eis alguns destaques que não dispensam a leitura integral, até porque deixa várias pistas adicionais com as ligações que refere:

“A Irlanda reestruturou cerca de metade da dívida que contraiu durante a crise para fazer face aos problemas no seu sistema financeiro. A operação, anunciada no final da semana passada, é um marco na história da crise do país, mas também da Zona Euro: um sinal de flexibilização e negociação dentro da Zona Euro que merece ser analisado com detalhe. Alguns elementos centrais (…)

– A taxa de juro poderá ser um pouco mais baixa, mas a grande alteração está na maturidade. As primeiras, com uma maturidade de 7 a 8 anos, obrigavam o Estado a pagar 3,1 mil milhões de euros ao ano nesse período. As segundas têm uma maturidade média de 34 anos, e adiam a primeira amortização para daqui a 27 anos, aliviando a pressão no regresso aos mercados de um país com um “stock” de dívida acima dos 120% do PIB.

– O negócio, que envolve essencialmente o Governo e o banco central irlandês, mas conta com a anuência do BCE, poderá configurar financiamento monetário (isto é empréstimos do banco central ao Estado), o que está proibido pelos Tratados da UE – este é um tema que ainda promete dar que falar.

(…) Uma das grandes vantagens do alargamento das maturidades é o efeito da inflação sobre a dívida: pagar 28 mil milhões de euros daqui a 34 anos é muito diferente de ter de pagar o mesmo montante hoje ou daqui a 7 ou 8 anos. (…) “

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