O Banco de Portugal iniciou esta semana a publicação de um novo relatório regular, o Relatório de Acompanhamento dos Mercados Bancários de Retalho que, na prática, acompanha a atividade de venda nos balcões bancários dos vários produtos sobre supervisão do banco central.
Nesta primeira edição ficamos a saber, por exemplo, que havia, em maio de 2013, 365 depósitos de taxa fixa em comercialização em Portugal. O que significa que ao acompanharmos 320 depósitos a prazo no nosso ficheiro especializado em depósitos cobrimos 88% do total de depósitos em comercialização. Eis um excerto da publicação do Banco de Portugal:
“(…) Em maio de 2013, 51 por cento dos depósitos comercializados exigiam um montante mínimo de até 1000 euros, ao passo que 22 por cento tinham montantes mínimos de constituição superiores a 25 000 euros. Comparativamente aos períodos anteriores considerados, registou-se um aumento no peso dos depósitos que exigiam montantes inferiores a 1000 euros (representavam 44 e 47 por cento em, respetivamente, dezembro de 2011 e dezembro de 2012), ao passo que, no que se refere aos montantes mínimos de constituição acima de 25 000 euros, a respetiva importância relativa permaneceu praticamente inalterada. (…)”
Além dos depósitos a prazo clássicos e dos depósitos a prazo duais e indexados, o Banco de Portugal analisou também outros produtos habitualmente vendidos ao balcão como crédito à habitação e crédito ao consumidor.
Sobre estes dois aspetos recuperamos os resumos do banco de Portugal que não dispensam a leitura do relatório:
Crédito à habitação
- O número de contratos celebrados e os montantes médios contratados decresceram em 2012. Entre 1 de outubro de 2011 e 30 de setembro de 2012 foram celebrados 33 225 contratos enquadrados no regime do crédito à habitação, menos 58,7 por cento do que no período homólogo do ano anterior. O montante inicial destes empréstimos foi, em média, 70 283 euros, menos 16,7 por cento do que no período homólogo;
- O spread médio dos contratos celebrados entre 1 de outubro de 2011 e 30 de setembro de 2012 aumentou (86 p.b no crédito à habitação e 106 p.b. no crédito conexo) e o prazo médio dos contratos decresceu (de 34,1 para 31,6 anos no crédito à habitação e de 29,9 para 26,6 anos no crédito conexo) relativamente aos contratos celebrados no período homólogo do ano anterior;
- Entre 1 de outubro de 2011 e 30 de setembro de 2012, o número de reembolsos antecipados e o montante reembolsado também decresceram, respetivamente 23,6 por cento e 30,4 por cento. Os contratos foram renegociados por recurso sobretudo à extensão do prazo do contrato ou à introdução de um período de carência de capital;
Crédito aos consumidores
- Em 2012, houve uma forte contração do número de contratos celebrados e do montante de crédito concedido, mais acentuada do que a registada em 2011. Nesse ano, foram celebrados, em média, 97 037 contratos por mês (menos 12 por cento do que em 2011), correspondendo a um montante mensal de crédito concedido de cerca de 268,8 milhões de euros (menos 24 por cento). O montante de crédito concedido em 2012 foi, em todos os meses, inferior ao valor homólogo de 2011.
- Esta redução foi generalizada a todos os tipos de crédito. O montante de crédito pessoal concedido em 2012 diminuiu (menos 23,1 por cento que em 2012), mas este continua a ser o tipo de crédito com maior peso no total de crédito concedido. No crédito revolving, onde predominam os cartões de crédito, a contração (menos 9 por cento) foi menor do que nos outros tipos de crédito. O crédito automóvel teve a queda mais acentuada (menos 35,7 por cento) e tem vindo a perder importância relativa desde 2010.