NOTA: O INE efetuou uma revisão dos dados históricos relativos à esperança de vida aos 65 anos para toda a década de 2000 (devido aos censos 2011) o que está a complicar o apuramento exato do valor do corte das pensões e a levar a valores diferentes (por exemplo no Diário Económico já vimos 5,04% e no Jornal de Negócios 4,78%). A Agência Financeira, por exemplo, sublinha que a legislação tem inscrito como valor de referência para a esperança de vida aos 65 anos relativa a 2006 (ano da entrada em vigor da nova metodologia) o valor anterior à atualização e, desse modo o valor do factor de sustentabilidade será de 5,04%. Contudo, tendo consultado o decreto-lei relevante ( Decreto-Lei n.º 187/2007, ) verifica-se que não surge nenhuma concretização numérica para a esperança de vida aos 65 relativa ao ano de 2006 podendo assumir-se que é o número oficial do INE que, fruto da informação censitária de 2011, foi agora alterado. Assim sendo, a expectativa mais razoável é de queo número oficial a divulgar dentro de alguns meses seja de 4,78%. O factor oficial só deverá ser conhecido dentro de alguns meses.
O INE acaba de divulgar aos dados provisórios da esperança de vida aos 65 anos. Esta informação permite estimar o factor de sustentabilidade a aplicar às pensões de quem se venha a reformar em 2013, ou seja, será possível determinar que, por via de ganhos ou perdas da esperança de vida, é necessário trabalhar mais tempo para se ter direito à reforma sem que haja penalizações. A esperança de vida tem vindo de facto a aumentar. Em 2013, sem mais tempo a trabalhar, a perda de pensão será de cerca de 4,78%.
EMV 65 | Variação | Factor de sustentabilidade | Corte % nas pensões | |
2012 | 18,84 | 0,48 | 0,952 | 4,78 |
2011 | 18,75 | 0,86 | 0,957 | 4,32 |
2010 | 18,59 | 1,70 | 0,965 | 3,50 |
2009 | 18,28 | 0,38 | 0,981 | 1,86 |
2008 | 18,21 | 0,83 | 0,985 | 1,48 |
2007 | 18,06 | 0,67 | 0,993 | |
2006 | 17,94 |
Recorde-se que em 2012 esse valor era de 3,92% (veja “Factor de Sustentabilidade das Pensões – 2012: reformados podem perder 3,92% da pensão“).
A forma de evitar essa penalização é trabalhar mais alguns meses.
As taxas de bonificação mensal (quanto acresce à sua reforma por cada mês de trabalho além da idade limite de reforma) podem ser consultados em baixo ou na fonte: escalões das taxas de bonificação mensal das pensões.
Taxa de Bonificação Mensal | ||
Situação do Beneficiário | ||
Idade do Trabalhador | Carreira Contributiva (em anos) | Taxa de Bonificação Mensal |
Superior a 65 anos | 15 a 24 | 0,33% |
25 a 34 | 0,50% | |
35 a 39 | 0,65% | |
Superior a 40 | 1,00% |
Um exemplo, se tem entre 15 a 24 anos de descontos e atinge o limite da reforma em 2013, vai perder 5,20% da pensão devido ao factor de sustentabilidade das pensões. Como recebe mais 0,33% da pensão por cada mês que trabalha além da idade limite da reforma (ver os escalões acima indicados) terá de trabalhar cerca de 14 meses e meio (4,78/0,33=14,5) para repor o que iria perder.
Em 2013/09 devo perder o emprego. Em 2014/04 faço 65 anos, e nessa altura, tenho 64 de descontos. Quais as penalizações, fator de sustentabilidade?
Como tenho mais de 60 anos de descontos, não tenho bonificações?
Entre 2013 e 2014 não vou fazer descontos, dado perder o emprego.
Cumprimentos
Ramiro Cortez