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“Não há milagres grátis!”

A ler “O OE e o FMI trocado em moedas de cinco cêntimos:

” (…) O FMI chega e endireita? Diz-se em jeito de mesa de café, que venha, endireita este descalabro todo de uma vez, já que ninguém consegue. Eu também, confesso, tenho esse meu lado de pastorinho à beira da oliveira. Mas agora, mais que nunca, temos que pensar friamente. O FMI chega, analisa e corta. Sim, a dívida externa baixa. Sim, endireita qualquer coisa. E sim, corta a direito. Corta a direito, perceberam? Não há mais conversa, discussões sobre o preço da margarina ou sobre gente a comer de caixotes do lixo. Corta mesmo onde for preciso. E depois, dá o dinheiro a quem? Ah a quem governa. Pois é. Naquela, corta-se aqui e tomem lá mais, agora ganhem juízo. Alguém acha que isto resulta?! Eu tenho algumas dúvidas. Tenho sempre dúvidas quando é preciso tratar os países como crianças mimadas que partem os brinquedos e pedem outros, porque não tenho a certeza que cresçam se lhes derem um raspanete e brinquedos novos. Queria muito – de mãos postas – que o FMI resolvesse todos os nossos problemas. Mas infelizmente, parece-me que também não é por aí.
Soluções fáceis? Não há. Há e vai haver um país pobre a levar cada vez mais pancada até mudar de hábitos. Até nos convencermos todos – todos – que assim não vamos lá. Até nos convencermos que temos que fazer mais, muito mais, gastar menos, muito menos, a troco de ainda menos. E essa porra custa. A única razão que me leva a isso, que me motiva é só uma: é o MEU país. É o país dos nossos filhos. Ainda é, pelo menos. É um bocado de brio e teimosia e ainda acreditar que há gente decente. (…)”

Fonte: 100 Nada: “O OE e o FMI trocado em moedas de cinco cêntimos

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