Comércio externo de bens em 2021 superou valores de 2019

O Comércio externo de bens em 2021 superou valores de 2019 tanto ao nível das exportações (+6,0%) quanto ao nível das importações (+3,2%).

O défice comercial de bens foi assim inferior ao registado em 2019 em €1.033 milhões.

AInda na comparação com o último ano completo sem pandemia, o INE que divulgou estas estatísticas oficiais, sublinha a relevância em ambos os fluxos (exportações e importações) do acréscimo nos Fornecimentos industriais (+14,1% e +23,5% face a 2019 e +26,8% e +35,8% face a 2020, respetivamente). Bem como o decréscimo no Material de transporte (-10,1% e -30,9% face a 2019 ; +8,6% e +3,5% face a 2020, pela mesma ordem).

Estes dados finais que serão agora incorporado na estimativa do PIB que será revista no final de fevereiro de 2022, revelam um perfil de recuperação saudável com a recuperação da capacidade produtiva e a retoma da capcaidade de projeção de exportações de elevado valor no exterior. Destaque-se que estes dados agora divulgados se centram em valores nominais, antes da correção da evolução dso preços, pelo que o impacto no PIB em termos reais poderá ser diferente, ainda assim, num páis com uma dívida externa elevada, o próprio valor nominal do PIB tem o seu relevo.
Com o perfil da nossa economia, infelizmente, ter um défice na balança comercial de bens ainda é um indicador de retoma importante.
A indústria automóvel juntamente com a evolução dos preços dos combustíveis surgem como o lado menos positivo, ainda assim, insuficientes para travar o dinamismo em 2021 que, como já referido, superou os registos de 2019. Por outro lado, mesmo no automóvel, é preciso não esquecer que somos essencailmente importadores pelos que as dificuldades globais de produção neste setor acabam por condicionar a procura, conjunturalmente, e ajudar a protelar compras de veículos o que, no curto prazo, resultará em menos importações.

AInda sobre o ano completo de 2021, destacamos a seguinte citação do INE:

No conjunto do ano de 2021 as exportações e as importações de bens aumentaram 18,1% e 21,1%, respetivamente, em relação ao ano anterior, o que representa uma forte aceleração face aos decréscimos verificados em 2020 (-10,3% e -14,8%, pela mesma ordem). Comparativamente com 2019, as exportações e a importações apresentaram acréscimos de 6,0% e de 3,2%, respetivamente. Esta evolução resulta em parte da variação de preços, que de janeiro a novembro registaram, face ao mesmo período do ano anterior, acréscimos de 7,1% nas exportações e 8,6% nas importações. Excluindo os produtos petrolíferos, as variações registadas foram de +5,6% e +5,1%, respetivamente. O défice da balança comercial atingiu 19 041 milhões de euros em 2021, o que representa um aumento de 4 653 milhões de euros face ao ano anterior (diminuição de 1 033 milhões de euros face a 2019), refletindo-se num decréscimo de 2,0 p.p. na taxa de cobertura (76,9% em 2021).

In INE, Estatísticas do Comércio Internacional – dezembro de 2021


Relativamente ao final do ano de 2021, o INE revela que, em dezembro, a atividade do comércio internacional de bens estava a registar um dinamismo claramente superior à média do ano:

Em dezembro de 2021, as exportações e as importações de bens registaram variações homólogas nominais de +23,4% e +34,7%, respetivamente (+16,2% e +34,4%, pela mesma ordem, em novembro de 2021).
Face a dezembro de 2019, verificaram-se variações de +14,5% nas exportações e +27,7% nas importações.
Destacam-se os acréscimos nas exportações e importações de Fornecimentos industriais (+35,3% e +49,6%; +41,0% e +58,6% face a 2019, respetivamente) e nas importações de Combustíveis e lubrificantes (+111,8%; +40,0% face a 2019). 

in INE, Estatísticas do Comércio Internacional – dezembro de 2021

Neste destaque à comunicação social o INE apresenta uma interessante análise ad hoc centrando-se numa prática de gestãos industrial: o sourcing.

Sem prejuízo de recomendarmos a leitura do pequeno artigo, o INE destaca que:

As empresas que indicaram que recorreram ao Sourcing internacional como parte integrante do seu processo produtivo (ver caixa neste destaque), apresentaram uma maior resiliência do que as restantes empresas em termos de exportações e importações de bens, com variações menos negativas em 2020 (-4,2% e -7,1%, face a -10,5% e -15,0%, respetivamente) e uma maior recuperação em 2021, face aos níveis de 2019 (+6,7% face a +5,9% nas exportações; +4,5% que compara com +3,1%, nas importações). 

In , Estatísticas do Comércio Internacional – dezembro de 2021

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