Censos 2021 – Dados Preliminares por Concelho e Freguesia

O Instituto Nacional de Estatística divulgou muito pouco tempo após a conclusão dos trabalhos de recolha de informação os dados preliminares por concelho e freguesia referentes aos Censos 2021.

 

Censos 2021 – Dados Preliminares por Concelho e Freguesia

O INE ainda se encontra a validar alguma informação e é natural que possam existir algunas ajustamentos ao longo dos próximos meses, contudo, este compromisso entre a precisão e a celeridade, permitem ter, desde ja, uma imagem concreta sobre algumas das mudanças fundamentais que ocorreram entre 2011 e 2021, em relação a variáveis fundamentais da caracterização demográfica de Portugal.

Além do resumo patente numa destaque à comunicação social (ver aqui), o INE enriqueceu o seu sítio especializado destinado à divulgação do processo censitário (ver em https://censos.ine.pt/ ) com informação demográfica que vai até ao nível da freguesia. Merece especial destaque a informação georeferenciada disponibilizado e filtrável através de um painel de controlo, parametrizável pelo utilizador que parece recorrer ao Power BI ou a outro ferramenta de Business Intelligence comparável. É desse painel de controlo ou de navegação que extraímos a imagem anexa.

Clique na imagem para ser redirecionado para o sítio do INE

 

Alguns Números e Tendências

Totais:

Pela segunda vez desde que há censos populacionais (desde 1864) e pela primeira vez desde 1970, a população residente em Portugal diminuiu. É assim preciso recuar a década de maior fluxo migratório de saída do nosso país para encontrar uma queda da população superior à agora verificada, num período de sensivelmente 10 anos.

Na década de 1960, Portugal perdeu cerca de 278 mil residentes, fruto da emigração. Na década de 2011-2021 a perda terá sido de 214 mil residentes, sendo que, desta feita, a emigração e um saldo natural negativo (mortes a superar os nascimentos) terão contribuído. Existiriam, à data do recenseamento de 2021, 10.347.892 residentes em Portugal dos quais 9.860.175 no Continente.

 

Regiões:

Apesar da redução populacional, houve duas regiões do país que viram a sua população aumentar na última década. O Algarve aumentou a população residente em 3,7% ( correspondendo a mais 16.489 residentes) e a Área Metropolitana de Lisboa atraiu mais 49.257 residentes, que corresponderam a um aumento de 1,7% da população total.

Concelhos:

Apenas 3 concelhos com menos de 10 mil habitantes aumentaram de população entre 2011 e 2021 A saber: Vila do Bispo, Sernancelhe e Aljezur. De entre o TOP 5 de concelhos que perderam a maior percentagem da população todos se localizam no interior:

Barrancos (-21,8%), Tabuaça (-20,6%), Torre de Moncorvo (-20,4%), Nisa (-20,1%) e Mesão Frio (-19,8%).

Por outro lado, nem todos os concelhos do TOP 10 aumentaram de população nesta década. Em concreto, de entre os 10 maiores concelhos em termos de população residente, quatro deles perderam residentes, a saber:

Lisboa, Porto, Matosinhos e Amadora.

Dito isto, vários concelhos limítrofes destes quatro ganharam residentes na última década, destacando-se Sintra, Vila Nova de Gaia, Cascais e Loures. Braga e Almada completam o top 10 dos concelhos mais populosos e também reforçaram a sua posição.

 

Agregados familiares e alojamentos:

Apesar de a população ter perdido um pouco mais de 200 mil residentes, o número de agregados familiares aumentou em cerca de 107 mil. Como consequência a dimensão média do agregado diminuiu de 2,7 indivíduos para 2,5 indivíduos. A Região Autónoma dos Açores foi a que registou a maior dimensão média dos agregados familiares: 2,8.

Se é certo que temos 107 mil agregados adicionais, também é certo que o número de alojamentos não aumentou na mesma quantidade. Há em 2021 mais 82.506 alojamentos do que em 2011. Uma disparidade que deve justificar investigação adicional. Haverá mais agregados a partilhar o mesmo alojamento? Como se classificam os idosos institucionalizados? Como evoluiram estes números no território?

Um último número relativo a alojamentos: em Lisboa há 3,3 alojamentos por edifício; o Alentejo está no extremo oposto com 1,2. No país a média é de 1,7.

 

Freguesias:

Neste artigo que já vai longo não iremos analisar a informação preliminar sobre freguesias mas o leitor poderá visitar o sítio do INE e satisfazer a sua curiosidade. Mas vale a pena ler mais aqui: Censos 2021: Interior com menos residentes mas com mais edifícios e alojamentos .

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *