Novos empréstimos a particulares disparam em junho de 2018

Os novos empréstimos a particulares disparam em junho de 2018 aumentando 20,9% face ao mês de junho de 2017. No mesmo período, os novos empréstimos a empresas não financeiras aumentaram apenas 5,2%. Note-se que, em ambos os casos, as taxas de crescimento estão a acelerar significativamente face ao registado nas variações homólogas de maio de 2018.

 

Qual o saldo após se considerar os novos créditos e as amortizações?

Sendo inquestionável que o ritmo de concessão de crédito está a subir, é preciso enquadrar esta realidade juntando-lhe mais dois dados importantes. Por um lado, a velocidade a que se estão a amortizar os créditos antigos e, por outro, a qualidade da carteira de crédito, ou seja, como estão os particulares e as empresas a conseguir fazer face às suas responsabilidades de pagamento.

Fonte: Banco de Portugal

No saldo entre novos empréstimos e as amortizações de créditos em curso verificamos duas realidades distintas. Entre as empresas, o stock de crédito está a diminuir. Ou seja, está-se a amortizar mais depressa do que se estão a contrair novos créditos, pelo menos para já. A taxa de variação anual em junho foi de -0,6% (-1,0% em maio) totalizando os créditos os €72,2 mil milhões. Já entre os particulares, verifica-se que o stock já está a subir à razão de 0,2%, uma subida ligeira mais significativa pois em maio ainda se registava uma queda (-0,1%) totalizando os créditos os €115 mil milhões.

Se nos centrarmos apenas no stock de crédito dos particulares destinado à habitação a taxa de variação anual do ano terminado em junho de 2018 foi de -1,1%, superior em duas décimas à registada no ano terminado em maio. Há portanto outros destinos do crédito que estarão a aumentar bem acima da média de 0,2% apurada para o total de crédito.

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Como está a evoluir o mal parado?

O segundo indicador de enquadramento é o que nos diz como estão os devedores a fazer face às suas responsabilidades de pagamento, algo que se sintetiza no indicador de crédito vencido ou mal parado.

Segundo os dados oficiais de junho de 2018, a situação está a melhorar. Seja porque a capacidade global de pagamento está aumentar, seja porque o peso dos novos créditos (ainda muito jovens para já darem origem a mal parado) está também a aumentar, seja por ambos, os rácios são agora mais favoráveis.

De facto, o mal parado entre as empresas não financeiras desceu de 11,87% em maio para 11,49% em junho de 2018. Entre os particulares desceu de 3,74% para 3,56% entre maio e junho de 2018. A taxa global é de 6,62% em queda de 0,27 pontos percentuais face à apurada em maio de 2018.

Pode encontrar mais detalhes de ligações na nota informativa do Banco de Portugal e no sítio do GEE do Ministério da Economia.

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