O INE revela com as Estatísticas do Emprego referentes ao segundo trimestre de 2017 que foram criados 157,9 mil empregos no espaço de um ano, tendo o emprego crescido ao ritmo mais elevado em quase quatro anos. Ao todo existiam 4 760,4 mil pessoas empregadas no final de segundo trimestre de 2017.
Quanto ao desemprego, verificou-se uma diminuição de 97,9 mil desempregados entre o segundo trimestre de 2016 e o segundo trimestre de 2017 tendo a taxa de desemprego descido para 8,8%, menos 2 pontos percentuais que um ano antes.
Ao todo existiam em Portugal 461,4 mil pessoas desempregadas no final de junho de 2017.
População ativa cresce:
O aumento do emprego superior à queda do número de desempregado leva a acreditar que se está a registar um aumento da população ativa, seja pelo regresso de quem já tinha deixado de procurar ativamente emprego (e que como tal já nem surgia nas estatísticas do desemprego) seja porque poderá estar a ocorrer algum regresso de emigrantes ou mesmo de novos imigrantes de outras nacionalidades.
De facto, o INE revela que a população ativa aumentou 0,8% em relação ao trimestre anterior (39,8 mil) e 1,2% face ao segundo trimestre de 2016 (59,9 mil).
Desemprego entre jovens em queda mais rápida
O INE revela ainda que a taxa de desemprego de jovens (15 a 24 anos) foi de 22,7%, estando a cair mais rapidamente do que para o total da população.
O INE acrescenta que “Entre os jovens dos 15 aos 34 anos, 10,8% não estavam empregados, nem em educação ou formação, o que representa uma diminuição de 1,0 p.p. face ao trimestre anterior e de 1,9 p.p. face ao homólogo.”
Pela negativa, destaca-se que a proporção de desempregados à procura de emprego há 12 e mais meses (longa duração) subiu ligeiramente, passando de 58,9% para 59,2%, do primeiro para o segundo trimestre, contudo, se compararmos com a realidade há um ano, a situação é agora mais favorável foi registou uma queda de 4,9 pontos percentuais face ao segundo trimestre de 2016.
Turismo explica diretamente cerca de um em cada três empregos criados
Segundo o INE, dos 157,9 mil empregos criados ao longo dos últimos 12 meses, 55,7 mil referem-se às atividades de alojamento, restauração e similares. Estas não terão sido, contudo, as únicas atividades a beneficiar do boom do turismo sendo difícil ir muito mais longe na mediação do impacto positivo do turismo com a informação disponível.
Contratos a prazo pesaram pouco no emprego criado
Dos 157,9 mil empregos criados, a esmagadora maioria refere-se a contratos a tempo completo e a contrato de trabalho sem termo (141,7 mil). Os contratos a prazo ou mais precários terão representado cerca de 15 mil.
A mudança de perfil da atividade turística (menos dominada pelo sol e praia e mais centrada no turismo urbano e de património) poderá estar a contribuir para que os empregos no turismo sejam menos sazonais e os contratos mais perenes.
A proporção de empregos por canta própria no total de empregos criados foi insignificante, já que os trabalhadores por conta de outrem foram responsáveis por 155,7 mil dos novos empregos.
Região Centro é que a tem a mais baixa taxa de desemprego:
A região Centro registou uma taxa de desemprego de 7,0%, claramente abaixo dos 8,8% de média nacional. Seguiram-se-lhe o Algarve (7,6%) e o Alentejo (8,7%). As restantes regiões registaram valores acima da média, em especial a região Autónoma das Madeiro (11,0%) e dos Açores (10,0%).
Recorde-se que estes dados trimestrais do INE não são corrigidos de sazonalidade e apresentam mais detalhe do que as estatísticas mensais. A última informação mensal à data em que escrevemos este artigo era a seguinte: