Inflação em colapso cai para 1% em média anual e 0,2% em variação homóloga

Não é comum a variação média anual dos preços no consumidor diminuir três décimas em apenas um mês, contudo foi o que aconteceu em agosto por via, em particular, de um efeito de base (a observação que saiu da média). O INE explica esse efeito ao recordar o seguinte:

“À semelhança dos meses anteriores, estes resultados continuam a ser influenciados, em grande medida, pela dissipação de diversos efeitos que estavam a influenciar o comportamento dos preços, destacando-se a alteração da taxa do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) do gás natural e da eletricidade de 6% para 23% em outubro de 2011, cujo efeito em termos de variação homóloga se anulou em outubro de 2012.”

Ou seja, ao passarmos a ter 24 observações do índice de preços (as usadas para calcular a variação média anual) já quase incorporando na íntegra o aumento dos preços muito significativo induzido pela subida do IVA em outubro de 2011, os preços apresentam-se num patamar superior mas a variação positiva dilui-se e passa a ser condicionada apenas por factores não atípicos que, como se vê, revelam um crescimento muito moderado dos preços no consumidor.

Este crescimento moderado incorpora contudo evoluções dispares se analisarmos os vários tipos de despesas feitos pelos consumidores. Por exemplo, destaca-se que a classe de Produtos alimentares e bebidas não alcoólicas regista uma variação homóloga significativa e em aceleração já que foi de 2,9% em agosto quando tinha sido de 2,5% em julho.

Quem vai ao supermercado comprar produtos alimentares e bebidas não alcoólicas provavelmente não “sentirá” uma variação homóloga de 0,2% (que foi o valor global registado em agosto), mas antes um aumento visível de preços de quase 3% face ao que se registava há um ano.

Qual será o valor da inflação no final de 2013?

Atendendo a que ainda haverá algum efeito de base que se diluirá até outubro de 2013 e considerando a queda abrupta da variação homóloga registada este mês, é razoável esperar que, no final do ano, a taxa de inflação termine próximo ou mesmo abaixo dos 0,5%.

Deixar uma resposta