Indicadores de confiança em Março de 2011: predomina a desconfiança

Talvez inconscientemente, talvez não, temos reduzido o acompanhamento da evolução dos indicadores de confiança calculados pelo INE, nas páginas do Economia e Finanças. Na realidade poucas novidades se registam a cada mês que passa; as tendências de médio prazo mantêm-se, quase todas negativas. As raras excepções vêm das componentes externas em sectores como  a indústria transformadora. Eis o resumo da publicação do INE (versão integral aqui):

O indicador de confiança da Indústria Transformadora diminuiu ligeiramente em Março, contrariando o aumentoobservado nos dois meses anteriores. A evolução deste indicador no mês de referência deveu-se ao contributo negativo das perspectivas de produção, uma vez que as opiniões sobre a procura global e as apreciações relativas aos stocks de produtos acabados contribuíram positivamente. Refira-se que as apreciações sobre a procura externa dirigida a este sector mantiveram a trajectória ascendente, enquanto, pelo contrário, o saldo de opiniões relativas à procura interna
diminuiu nos últimos dois meses.

O indicador de confiança da Construção e Obras Públicas manteve a trajectória negativa observada desde Junho de 2008, atingindo um novo mínimo histórico para a série iniciada em 1997. Nos últimos dois meses, este comportamento resultou da diminuição de ambas as componentes, opiniões sobre a carteira de encomendas e perspectivas de emprego, mais expressiva no segundo caso. No entanto, considerando valores mensais, sem a utilização de médias móveis de três meses, o indicador de confiança da Construção e Obras Públicas aumentou no mês de referência.

O indicador de confiança do Comércio diminuiu em Março, após estabilizar no mês anterior, reflectindo o agravamento observado no subsector do Comércio por Grosso, uma vez que no Comércio a Retalho voltou a aumentar.

Por sua vez, o indicador de confiança dos Serviços também diminuiu em Março, contrariando o aumento registado no mês anterior. Este comportamento resultou da redução dos SRE das opiniões sobre a carteira de encomendas e das perspectivas de procura dirigida à empresa, mais forte no segundo caso, enquanto as apreciações sobre a actividade da empresa recuperaram.


O aumento do indicador de confiança dos Consumidores observado em Março deveu-se ao contributo positivo de todas as componentes, mais expressivo no caso das perspectivas relativas ao desemprego. Contudo, considerando valores mensais, sem a utilização de médias móveis de três meses, o indicador de confiança dos Consumidores diminuiu no mês de referência.

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