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Recorde-se o artigo que aqui publicámos ontem sobre os depósitos a prazo: “Portugueses depositam o equivalente a 91,2% do PIB “. Face a isto é legitimo perguntar de onde vem este dinheiro.
Ora já esta semana o IGCP revelou que o duo Certificados de Aforro e Certificados do Tesouro estão a registar, em termos líquidos, resgates muito importantes, da ordem das centena de milhões de euros todos os meses.
Por outro lado atente-se na peça “Fundos de investimento nacionais nunca valeram tão pouco” do Económico. Dois excerto:
” A indústria de gestão de activos nacional está a perder músculo. Os fundos de investimento portugueses têm actualmente 11,7 mil milhões de euros sob gestão, o valor mais baixo desde que existem registos, ou seja, Dezembro de 1999. Para se ter uma ideia do que esse valor representa na indústria global, só o maior fundo do mundo, o Pimco Total Return, vale 180 mil milhões de euros, ou 15 vezes mais do que toda a indústria nacional. (…)
No início de 2000, a indústria nacional estava avaliada em pouco mais de 20 mil milhões de euros e cresceu até atingir os 30 mil milhões em meados de 2007. O choque do ‘subprime’ erradicou então cerca de 15 mil milhões até Fevereiro de 2009 e após alguns meses de recuperação a indústria voltou a entrar numa espiral de perdas, desta vez despoletadas pela crise na Grécia. Mas entre as duas crises que afectaram a indústria existe uma diferença: enquanto na primeira as perdas em bolsa foram acompanhadas pelos resgates dos particulares, actualmente são os resgates quase os únicos responsáveis pelas perdas. (…)”
Somando as peças, começamos a chegar a algum lado. Juntemos-lhe informação recente que aponta para uma queda abrupta no consumo de bens duradouros (e outros) e… Talvez tenhamos já encontrado boa parte da resposta à pergunta do título. Talvez faça sentido espreitar ainda como estão a evoluir as transferências vindas do estrangeiro. Estarão as elevadas taxas de juro dos depósitos a cativar mais remessas de emigrantes?
O que o (des)governo do sr. pinto de sousa fez – entre muitas outras aberrações – foi ter penalizado fortemente a pequena e média poupança, sobressaíndo0 neste aspecto os Certificados de Aforro. Quebra de condições contratuais para as Séries A e B significou um autêntico roubo, pois, ao mesmo tempo que se financiavam ( e financiam ) com a pequena e média poupança portuguesa, pagavam ( e pagam ) juros bem altos aos mercados, como é hoje usual dizer-se. Assim se tratou e por este andar se manterá este estado de coisas, enquanto se malbaratou e malbarata dinheiro e se aumentam impostos, taxas e contribuições até níveis que há pouco mais de meia dúzia de anos se pensava impensável.
Mas, como se gastou dinheiro do contribuinte com fartura – para além do crédito interno e externo que, em última análise, quem paga é esse mesmo contribuinte nem que seja espoliado por um Estado eivado vícios – ninguém foi até agora chamado à responsabilidade e passarão impunes.
O Sr. Pinto de Sousa deveria ser responsabilizado pela maneira como se serviu e deixou servir dos dinheiros públicos. Agora só se fala do AJJ,não o quero defender de modo algum, mas Pinto de Sousa fez em grande escala aquilo que Jardim fez, numa escala muito reduzida, mesmo tendo em conta as devidas proporções.