Opinião
Há alguns anos, aproveitando estadia gratuita em casa de familiares e a inevitável hospitalidade lusa também além fronteiras, tive a felicidade de passar uma magnífica semana de férias na Suíça. O tempo era propício a uma exploração rodoviária de uma parte do país e assim alugámos um pequeno familiar e fomos fazendo quilómetros quase sempre regressando à mesma base na amável cidade de Basel. No meio das paisagens monumentais, das cidades e castelos de contos de fada ainda houve tempo para espreitar as modalidades de recolha selectiva de lixo urbano ou o sistema de gestão dos lugares de estacionamento da referida cidade de Basileia. Mas o que retenho hoje para a história das SCUTS e agora do identificador de matrícula, é o sistema de cobrança de utilização das vias rápidas do país que, recorde-se, está cercado de vizinhos sendo o seu território diariamente atravessados por muitos trabalhadores pendulares e sendo o país ponte de passagem frequente nos destinos de férias para todos os pontos cardeais. Não sei se será por isso, mas na Suíça paga-se uma vez por ano um dístico que permite circular nas autoestradas do país. Um selo que se coloca no carro é quanto basta. Na altura recordo-me que o valor me pareceu ridículamente baixo, creio que o equivalente a uma ida e volta do Porto a Lisboa.
Na prática eram poucos os veículos Suíços que não ostentavam o dístico e este era também comum em automóveis com matrícula estrangeira. Tudo muito simples mas com a impossibilidade de discriminar entre quem faz uso intensivo da auto-estrada de quem só a usa uma vez por ano para ir à terrinha ou ao Algarve.
Moral da história? Nenhuma, só a certeza de que por cá, nesta altura do campeonato, algo tão simples é inexequível pelos direitos adquiridos dos múltiplos contratos firmados com construtoras e concessionarias. Por outro lado, admitindo que tal fosse de facto implementável, assusta-me o valor a cobrar por tal dístico por forma a que este gerasse receitas comparáveis com as recolhidas anualmente nas portagens e imputadas às SCUT em Portugal. Creio que as parceiras publico-privadas não foram tão populares na Suíça entre os PS e PSD locais. Deve ser isso.
Por cá a novela continua. O pessoal de Economia & Finanças dará as novidades assim que elas ofereçam um mínimo de garantias de verosimilhança. O que se lê na imprensa no momento em que escrevo é ainda essencialmente espuma política. A embrulhada permanece por desembrulhar mas deve estar para breve
Se implementassem esse dístico em Portugal, o valor seria tão exorbitante que muitos carros iriam ficar com os vidros estilhaçados.. era como ter uma barra de ouro à vista.
Então para porque se paga o IUC???
Não é para circular nas estradas???
Se querem meter o chip em todos os carros abulam o IUC!!
Querem mais uma maneira de mamar euros.
Gosto muito de ler os assuntos publicados no vosso site. Têm muita qualidade, são sérios e responsáveis. Continuação do bom trabalho que fazem a pensar em nós. Felicidades
é claro que não temos portagens mas tambem não andamos assim tão barato como dizem, eu vivo aqui em Basel tenho dois carros e só um numeros de metriculas, e estas matriculas são pagas uma vez por ano, e lhes digo que não são baratas pago anualmente + ou – 800fr = + ou – 500€ dependendo do cambio, por isso era melhor termos portagens.O estado ganha aqui muitos milhões é nos aparcamentos, nas multas, não há perdões seja mercedes ou mini aqui pagam todos.Claro aqui temos justiça.
800 Francos é já um bom dinheiro mas não corresponderá a 500€ de acordo com ao nível de vida na Suiça suponho. Tem ideia de qual é o salário mínimo na Suiça para podermos fazer uma comparação grosseira? Por cá é de 475€.
eu disse mais ou menos aqui o salario minimo anda á volta de 3100 fr depois tem os descontos, lembre-se que aqui o modo de vida é caro, aqui já foi Suiça, é claro que prefiro viver aqui, duque em portugal por diversas razões, saúde educação, respeito coisa que falta em Portugal.
Se o dístico custa 800fr para um salário mínimo de 3100fr. Cá o equivalente rondaria os 120 / 125 €. Enfim, é uma comparação grosseira, mas para esses valores muitos automobilistas prefeririam pagar essa “avença” anual. Só que, tal como se disse, não creio que gerasse nada que se pareça co ma receita necessária para tanto quilómetro de autoestrada. Teríamos que comparar a dimensão da rede de auto-estradas também… É esquecer oassunto, aqui a realidade é outra.
este é um pais onde a justiça funciona pode ter falhas como é natural mas funciona.
Obrigado pela simpatía Fernando Morais.
Os 800 Fr da matrícula são o seguro automóvel, não o imposto de circulação. Daí ser possível ter só uma matrícula para dois automóveis, o seguro permite isso.
Não confundir com o dístico (vignette) que permite circular em auto-estradas e custa 40 Fr.
http://en.wikipedia.org/wiki/Vignette_%28road_tax%29#Switzerland
Existem ainda portagens adicionais para alguns túneis (com cabinas de cobrança), mas no total de 2 ou 3 em todo o país.
O Dístico é como os autocolantes dos preços nos supermercados, é daqueles autocolantes que ao tentar descolar se desfazem todos. Não se esqueçam que moram muitos portugueses na Suiça, eles estão alertos… e mais não digo.
Quanto à espuma em Portugal “embrulhada” é o termo mais correcto. Ouvi hoje na rádio o Primeiro-Ministro lançar propostas para mesa, tais como “todas as scut pagas”, mas “Isenção para moradores e empresas com actividade económica na área das SCUT”. Vejamos:
– como se lança propostas com os DEM regulamentados em DR, e já à venda? Primeiro cria-se a Lei e depois é que reflecte sobre a mesma?
– que unidades territoriais vai ser tidas em conta para definir as isenções? DIstritos? Concelhos? Freguesias?
– a insenção é apenas no troço da scut que atravessa a zona de residência, ou em toda a extensão?
A meu ver quanto mais nos aproximamos do dia 1 de Julho (data oficial da entrada em vigor do pagamento) mais se adensa a “embrulhada”.
Sr. Carlos Oliveira desculpe mas o Sr. não sabe o que diz.
a (vignette) é precisamente para circular nas auto estrada, e temos boas alternativas.
seguro do carro é uma coisa, as matriculas é outra.
vivo aqui 11 anos sei muito bem o que pago.
o valor que se paga na suiça POR ANO deve rondar o que temos de pagar pelo dem para o adquirir!
é o belo país que temos! enfim…
Amigo Anjos Pereira, vivi 5 anos em St. Gallen, e pagava perto de 150Fr de taxa de matrícula. O seguro sim era perto desse valor (800Fr). Pode ser que o seu cantão seja mais caro, mas 5 vezes achei estranho. Claro que tudo depende da cilindrada do veículo. Pode ver aqui um exemplo que encontrei on-line (referente a Geneve)
http://www.ge.ch/san/baremes-d-impot/welcome.asp?titre=baremes_d__impots
Já agora, pode confirmar se a vignette ainda custa os tais 40Fr.? É isso que quem visita a Suíça como o autor do artigo falou tem que pagar, não é?
Claro que por cá o problema nem sequer é quanto se paga ou se vai ter pagar. É mesmo saber como se vai conseguir pagar. Por muito que concordemos ou não com as taxas decididas para a circulação nas SCUT, a questão é que conseguir pagar as mesmas é neste momento uma enorme incógnita, a 7 dias do suposto início da cobrança.
Um abraço para Basel!
bom dia Sr. Carlos Oliveira, o Sr. diz que pagav 150 fr á quantos anos,que cilindrada do seu carro?
sim a vignette somos obrigados a ter para circular nas auto estrada, fr 40, quanto a visitantes não sei se é obrigado até porque existe muitas fronteiras sem policia, só quem entrar por Mulhouse é que eles estão com a respectiva vignette na mão para obrigar a quem entra comprar, como deveriar ser feito nas nossas, mas infelizmente as nossas autoridades querem estar dentro do carro nas sombras a dormir.
Se em Portugal tivesse o mesmo sistema das matriculas penso que era mais dificil o carro circular (cunduzir sem carta e sem seguro) como voçe sabe só nos dão as matriculas se tivermos o seguro em dia.
abraço
para o senhor carlos oliveira, eu nao sei qual era o seu veiculo ca, mas 150 francos… anualmente pela placa… tenho um veiculo 2.0 cc, pago na media uns 460 francos, seguro como carro é novo pago uma media de 2300 francos, auto estrada, vinheta 40 francos.