O INE alerta para o facto de, em dezembro de 2021, os trabalhadores terem perdido poder de comprar, segundo informação recolhida no âmbito do Inquérito ao Emprego sobre Remuneração bruta mensal média por trabalhador – 4.º trimestre de 2021. Esta realidade não sucedia desde o final do ano de 2017.
Funcionários públicos, trabalhadores do setor dos transportes e trabalhadores de grandes empresas foram os que perderam mais poder de compra.
No conjunto do ano o cenário foi positivo. Segundo o INE:
A remuneração bruta mensal média por trabalhador aumentou, em relação a 2020, 3,4%, para 1 361 Euros, a sua componente regular aumentou 3,1%, para 1 106 Euros, e a remuneração base aumentou 3,0%, para 1 039 Euros. As variações em termos reais foram inferiores às variações nominais: 2,1%, 1,8% e 1,7%, respetivamente.
In INE, Inquérito ao Emprego
Inflação “come” poder de compra em dezembro de 2021
A taxa de inflação registada no último mês de 2021 (2,4%), em forte aceleração, foi suficientemente alta para que, em termos reais, as remunerações médias total e regular por trabalhador tenham diminuido 0,5% e 0,1%, respetivamente, e a remuneração base se tenha mantido inalterada.
Segundo o INE, estes resultados abrangem 4,3 milhões de postos de trabalho, correspondentes a beneficiários da Segurança Social e a subscritores da Caixa Geral de Aposentações e as conclusões são extraídas em cima de valores médio.
Em termos nominais, ou seja, contando em número de euro recebidos, o INE indica que:
A remuneração bruta total mensal média por trabalhador (por posto de trabalho) aumentou 1,9% no trimestre terminado em dezembro de 2021 (4.º trimestre do ano), em relação ao mesmo período de 2020, para 1 507 Euros. Tanto a componente regular daquela remuneração, como a remuneração base subiram 2,3%, atingindo, respetivamente, 1 103 e 1 036 Euros.
INE in Estatísticas do Emprego
E o que aconteceu em termos setoriais e por tipo de empresa?
Comparando com dezembro de 2020, os maiores aumentos da remuneração total foram observados nas atividades de Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca (secção A; 8,0%), nas empresas de 1 a 4 trabalhadores (6,1%), no setor privado (2,8%) e nas empresas de Indústria transformadora de baixa tecnologia (4,7%).
Em sentido positivo, as menores variações da remuneração total foram observadas nas atividades dos Transportes e armazenagem onde se encontra a TAP (secção H; -1,5%), nas empresas de 500 ou mais trabalhadores (-0,9%), no setor das Administrações Públicas (0,0%) e nos Serviços de mercado com forte intensidade de conhecimento (-1,2%).
No conjunto do ano de 2021, trabalhadores viram poder de compra reforçado
No conjunto do ano de 2021, a remuneração bruta mensal média por trabalhador aumentou, face oa ano anterior, 3,4%, para 1 361 Euros, a sua componente regular aumentou 3,1%, para 1 106 Euros, e a remuneração base aumentou 3,0%, para 1 039 Euros.
O INE destaca que as variações em termos reais foram inferiores às variações nominais: 2,1%, 1,8% e 1,7%, respetivamente. recorde-se que para o conjunto do ano a inflação foi de 1,3%.
Em suma, opoder de compra em 2021 aumentou.
E como evoluiu a situação desde 2014?
Outra análise interessante realizado pelo INE prente-se com a comparação entre 2014 e 2021 dando uma perspetiva de evolução. E, na realidade, identificam-se várias tendências importantes distinguindo micro e pequenas empresas de grandes empresas e também por setores de atividade.
Sublinhamos os destaque do INE quanto a isto:
- No Q1 [Quadrante 1] destacam-se as empresas das Indústrias extrativas, que tinham em 2021 uma remuneração bruta total de 1 653 Euros, tendo aumentado 29,5% em relação a 2014.
- No Q2 [Quadrante 2] encontram-se as empresas de menor dimensão, com destaque para as empresas de 1 a 4 trabalhadores, que registaram o maior aumento de remuneração de 2014 a 2021 (29,9%), para 885 Euros. Também neste grupo se encontram as empresas das atividades da Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca (855 Euros; 26,9%), as empresas de Alojamento, restauração e similares (881 Euros; 23,6%) e as empresas do setor privado (1 245 Euros; 18,0%).
- No Q3 [Quadrante 3] (valor e crescimento abaixo da média da economia) destacam-se as empresas da Construção (1 008 Euros; 14,9%) e as empresas das atividades de Captação, tratamento e distribuição de água; saneamento, gestão de resíduos e despoluição (1 248 Euros; 12,6%).
- No Q4 [Quadrante 4], encontra-se a Administração pública (1 911 Euros; 14,9%), as empresas de maior dimensão, com 500 ou mais trabalhadores (1 634 Euros; 11,3%), e as empresas das Atividades financeiras e de seguros (2 602 Euros; 9,2%) e das atividades de Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio (3 091 Euros; 8,8%).
Um dos números fundamentais é de que entre 2014 a 2021, a remuneração total aumentou 16,0%, para 1 361 Euros o que compara com um aumento de 37,1% na Remuneração Mensal Mínima Grantida (RMMG) vulgo salário mínimo nacional.