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Os investidores de Forex, atentos à evolução do Euro em 2020

Os investidores dos mercados cambiários estão estes dias atentos a como evolui o Euro nas primeiras semanas do ano 2020. Durante o ano 2019, o panorama não foi o mais desejável para a moeda europeia, mas os analistas apostaram pelo fortalecimento do Euro durante os seguintes doze meses. Os dados até agora não fazem outra coisa que negar-lhes a razão. O par EURUSD atingiu na sessão da sexta-feira 14 de fevereiro o seu nível mais baixo dos últimos 33 meses —1,0817—.

Muitos investidores do mercado Forex ficaram desiludidos com este desempenho tão pobre do par EURUSD, mas o pior pode ainda estar por vir. Os últimos meses têm sido complexos e difíceis para os mercados tradicionais —de ações e de moedas— devido à crise mundial do coronavírus chinês. Só as criptomoedas, e nomeadamente o Bitcoin, semelham ter fugido às consequências da febre chinesa. Mas, então,  o que se passa com o Euro e como vai evoluir nos próximos meses?

 

 

O papel do Banco Central Europeu e a importância de Alemanha

Existem dois atores principais na história do Euro em 2020: o Banco Central Europeu (BCE) e a Alemanha. O BCE, que tem nova presidenta —Christine Lagarde—, não descarta novas descidas das taxas de juro, o qual debilitaria mais o Euro. Se isto chega a acontecer —até agora o BCE só conseguiu manter as taxas nos níveis anteriores, ou seja, a 0%—, a história do Euro em 2020 pode virar uma tragédia grega. Mas ainda é cedo demais para tentar adivinhar o que vai acontecer nos próximos meses.

A realidade é que a debilidade atual do Euro é surpreendente se olhamos os dados macroeconómicos dos últimos meses. Esperava-se um efeito muito negativo do Brexit —que se concretizou finalmente no dia 31 de janeiro— nos dados de produção industrial, mas tal não foi assim. Também a confiança dos consumidores parecia ser alta, sem indícios de problemas imediatos. Mas nem tudo era o que parecia ser.

Também, como acostuma acontecer, a atualidade política tem afetado o Euro. Neste caso, os problemas chegaram da Alemanha, a principal economia da zona Euro. A renuncia da sucessora designada para substituir a Angela Merkel provocou uma crise política importante no país. A saída da Annegret Kramp-Karrenbauer da liderança do CDU após o apoio da formação a um líder político regional investido com o apoio da ultradireita deixou o país em choque.

 

 

Então, o que acontecerá nos próximos meses?

Analistas do Bank of America Merryll Lynch e da Aberdeen Standard Investments coincidem no seu diagnostico da situação: o Euro tem neste momento uma tendência de baixa que ainda se pode acentuar mais nas próximas semanas. O pior cenário seria o da paridade das duas moedas (Euro e Dólar) do par EURUSD. Mas isso também já se falou há meses em relação à libra esterlina e o Euro e afinal não aconteceu. Por isso, as previsões negativas mais ajustadas à realidade falam de um nível de 1,05 dólares.

Mas nem tudo vão ser más notícias. Apesar das incertezas e dos maus dados de janeiro, o fim de fevereiro pode ajudar a melhorar a situação. Os mercados europeus começam a recuperar-se dos efeitos do coronavírus e espera-se que afinal o Euro não desça até aos níveis apontados pelas previsões mais negativas. Pode, portanto, ser um bom momento para tomar posições e apostar pela recuperação do Euro a meio-prazo.

O papel do BCE nos próximos meses vai ser muito importante. A tendência dos últimos anos —reduzir as taxas de juros quase até valores negativos para incentivar a subida da inflação— pode moderar-se à vista dos resultados negativos que poderia ter uma atitude passiva. Mas para isso será preciso que a nova presidenta —Lagarde— vire o rumo marcado pelo seu antecessor, o italiano Mario Draghi. O recorde negativo do Euro em relação com o Dólar —após ter atingido o mínimo desde maio de 2017— devia bastar para desistir das políticas que contribuíram a chegar a esse ponto.

No entanto, os investidores terão que decidir quando intervir no jogo. Mas a única certeza nesta história é que só não vai ganhar quem não arriscar. Será 2020 um ano de péssimas notícias para o Euro? Ou mudarão os acontecimentos e a moeda única acabará o ano mais forte do que o começou? O jogo acaba de começar.

2 comentários

  1. O euro e a economia europeia será mais sustentável motivará o incentivo, quando a senhora Lagarde se distanciar das politicas do seu antecessor de taxas de juro negativas, cujos resultados ao longo de todos estes anos, não só desmotivou a poupança, como resultados económicos e financeiros muito baixos, relativamente aquando das taxas de juros mais altas. Se a senhora Lagarde der continuidade a tal politica os resultados esperados já são conhecidos..!

  2. E’ l’ogico que taxas baixas são um incentivo ao investimento, que por sua vez tera o seu impacto na economia.

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