Inflação tende para zero em 2020

Os valores já não foram elevados em 2019 com a inflação a terminar nos 0,3% (recorde em “Inflação em 2019 fecha ano nos 0,3%“) e os dados do primeiro trimestre parecem confirmar a tendência: a inflação tende para zero em 2020.

O ano ainda vai no início mas a verdade é que as tensões nacionais e internacionais que mais têm estava ativas sobre os preços apontam de forma mais expressivo no sentido da redução ou estagnação dos preços. Uma realidade que a pandemia de COVID-19, pelo menos para já, tem estado a aprofundar.

Com a divulgação dos dados da variação dos preços em março de 2020 pelo INE, constata-se que, face a igual período do ano anterior, os preços estagnaram. De facto, a variação homóloga do índice de preços no consumidor foi de 0,0% quando no mês de fevereiro tinha andado pelos 0,4%. A guerra comercial em torno do preço do petróleo teve um papel muito importante para esta evolução dado que os preços que estava a subir claramente acima da inflação média caíram 3,7% face a março de 2019, no entanto, há mais razões aduzidas pela INE para explicar a variação dos preços. A comprová-lo está o indicador de inflação subjacente (IPC excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos) que, não sendo influenciado pelos combustíveis, registou também uma taxa de variação homóloga nula.

O ano de 2020 é especialmente incerto visto de abril, em plena pandemia de COVID-19 pelo que é difícil antecipar sem grande risco qual será a evolução dos preços, ainda assim, para já, é adequado dizer que tudo aponta para que os preços tendam para zero ou mesmo para valores negativos nos próximos meses. Uma realidade que pode mudar rapidamente se houver disrupção de cadeias de distribuição e possível escassez de alguns tipos de bens, mas que também pode ser aprofundada pela perda de poder de compra e forte pressão sobre as margens comerciais em virtude da perda de poder de compra que possa ocorrer.

Uma evolução a acompanhar.

Do INE:

Tal como pode ser visto no gráfico seguinte, por classes de despesa e face ao mês precedente, é de destacar a diminuição da taxa de variação homóloga das classes dos Transportes (classe 7) e do Lazer, recreação e cultura (classe 9) com variações de -1,6% e -2,0%, respetivamente (0,9% e -1,6% no mês anterior). Em sentido oposto, assinala-se o aumento da taxa de variação homóloga das classes do Vestuário e calçado (classe 3) e dos Bens alimentares e bebidas não alcoólicas (classe 1) com variações de -1,7% e 1,2% (-2,9% e 0,8% em fevereiro).

 

Fonte: INE

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