Nas últimas semanas, a taxa de juro implícita para novos empréstimos do Estado Português passou a ser inferior à exigida pelos mercados ao Estado Espanhol. Por outras palavras, o Estado Português passou a conseguir endividar-se a uma taxa de juro inferior à do Estado Espanhol. Esta realidade, contudo, não está a ter paralelo entre as empresas. De facto, as empresas portuguesas continua a pagar juros mais altos que empresas espanholas.
Empresas portuguesas continua a pagar juros mais altos
Segundo os dados compilados pelo Banco Central Europeu referentes ao mês de setembro de 2019, a taxa de juro média de novos empréstimos até um ano, em Portugal, destinados às empresas não financeiras a operar em Portugal foi de 2,20%. Para os mesmos exatos empréstimos, as empresas espanholas tiveram que pagar apenas 1,66% e as alemãs 1,15%.
Esta diferença constitui um fator significativo de perda de competitividade forçando as empresas portuguesas que tenham que recorrer ao crédito a compensar este custo extra com ganhos em outros custos de produção para poderem apresentar produtos competitivos no mercado global onde concorram com empresas espanholas ou alemãs.
Aforradores também perdem nos juros em Portugal
Por outro lado, o spread entre a taxa de juros que se aplica aos empréstimos e a que se aplica aos depósitos a prazo continua a ser muito mais elevada em Portugal do que em Espanha ou na Alemanha. Em Portugal continua a atingir uns espantosos 2,08 pontos percentuais, fruto não só da taxa de juro mas elevada nos empréstimos mas também da taxa de juro nos depósitos mais baixa do que em Espanha (ou Alemanha).
De facto, enquanto que em Portugal a taxa de juro média para novos depósitos a prazo superiores a um ano é de 0,12%, em Espanha é de 0,20%.
As empresas portuguesas mas também os aforradores estão assim a ser penalizados face aos seus equivalente espanhóis, isto apesar de o Estado, neste momento, já não estar nessa situação.