Nos dados mais recentes à data em que escrevemos este artigo, referentes a fevereiro e março de 2018, constata-se que os depósitos a prazo de 1 a 2 anos recuperam peso nas poupanças dos portugueses nas estatísticas divulgadas pelo Banco de Portugal. O peso dos depósitos com este prazo oscilou entre os 9,2% e os 9,3% no primeiro trimestre de 2018, uma ordem de grandeza que só encontramos recuando quase seis anos, até julho de 2012.
Este comportamento, regista-se num momento em que a taxa de juro nominal dos depósitos a prazo (ver o nosso comparativo com os melhores depósitos a prazo no momento) é historicamente baixa e deve ser enquadrado com o que está a acontecer com as disponibilidades à vista, ou seja, depósitos à ordem (que estão a disparar) e com a queda abrupta e continuada dos peso dos depósitos a mais de dois anos.
Para melhor visualizarmos o que tem acontecido nos últimos meses preparámos um gráfico que usa os dados do Boletim Estatístico do Banco de Portugal.
Em termos de volume, o total dos depósitos de particulares junto das instituições financeiras foi de €139.298 no passado mês de março de 2018, valor que está ligeiramente acima da média dos últimos 12 meses.
Note-se que apesar de as taxas de juro serem historicamente baixas em termos nominais, a verdade é que quando descontamos a inflação não encontramos taxas reais em mínimos históricos pois a inflação está ela própria num patamar muito baixo. Ainda assim, em média, os depósitos a prazo estão com remunerações reais negativas.