O INE informa através das Estatísticas do Comércio Internacional de setembro de 2016 que há 15 meses que as exportações não cresciam tanto. É preciso recuar até junho de 2015 para encontrar um mês em que as exportações de bens tivessem crescido acima dos 6,6% registados em setembro de 2016. As importações cresceram também, mas um ritmo mais modesto (1,9%) desacelerando fortemente depois de terem desaparecido alguns efeitos atípicos em agosto.
Saldo da balança comercial melhora significativamente em setembro
É preciso recuar a julho desse mesmo ano para encontrar um ritmo de crescimento das exportações acima do das importações tão significativo: em setembro as exportações cresceram mais 4,7 pontos percentuais do que as importações (5,4 pontos percentuais em julho de 2015).
Excluindo as exportações e importações de combustíveis a evolução de setembro continua a revelar uma melhoría da taxa de cobertura com as exportações a aumentarem 7,8% e as importações a crescerem 3,6%: Note-se que as exportações aceleraram ligeiramente face aos 7,2% de variação homóloga registada em agosto, enquanto as importações desaceleraram face aos 13,1% de agosto. Recorde-se que a importações de aeronaves está a inflacionar as importações de agosto, efeito que agora desaparece.
Do lado das exportações de setembro, o INE destaca também um efeito atípico e que não se deverá manter e que estará a inflacionar, em alguma medida, o volume global, em concreto, foi registada neste mês a venda de aviões F16 por parte do Estado português. O impacto líquido deverá rondar os €70 a €80 milhões segundo notícias recentes.
Note-se contudo que, em setembro de 2016, todas as categorias registaram aumentos face a setembro de 2015, nas exportações. A única exceção ocorreu na categoria de Combustíveis e lubrificantes (-10,1%). O INE refere que: “Os maiores aumentos verificaram-se nos Bens de consumo (+15,5%), Produtos alimentares e bebidas (+12,3%) e Máquinas e outros bens de capital (+10,8%). De salientar ainda em setembro de 2016, o crescimento anormalmente elevado da categoria Outro material de transporte (+79,8%), devido fundamentalmente à exportação de aviões militares para a Roménia.“
Com estes dados, verifica-se que o défice da balança comercial de bens diminuiu em €172 milhões em setembro face ao período homologo, tendo-se fixado nos €921 milhões.
O INE informa ainda que “o défice da balança comercial excluindo os Combustíveis e lubrificantes situou-se em 616 milhões de euros, menos 136 milhões de euros que no mês homólogo de 2015.“