Em 2014 o conjunto das exportações de bens e serviços superou as importações comparáveis. Segundo o Banco de Portugal, em 2014 “(…) as exportações de bens e serviços cresceram 2,5 por cento e as importações 4,1 por cento (em 2013, 6,6 por cento e 1,7 por cento, respetivamente)”. Talvez o mais correto seja afirmar que as exportações ainda superaram as importações, dado que a comparação com o ano de 2013 revela que se perdeu cerca de um terço da folga o que conjuntamente com a informação mensal do INE (bens) conjugada com a do Banco de Portugal (serviços) que se apresentaram em degradação à medida que se aproximou o final de 2014, não augura melhorias.
O regresso do PIB ao crescimento, ainda que ligeiramente positivo, de 0,9%, coincide assim com um menor excedente comercial o que não parece compatível com a perspetiva de o mercado externo, via exportações, no estado atual de especialização da economia, virem a conseguir impulsionar um sucessivo e crescente crescimento económico de Portugal.
A versão preliminar do saldo conjunto das balanças corrente e de capital, hoje divulgados pelo Banco de Portugal evidenciam uma diminuição de 1 ponto percentual relativamente a 2013. É a primeira vez desde 2009 que tal acontece. Apesar desta queda, Portugal gerou 2014 disponibilidades financeiras positivas de 3,6 mil milhões de euros, o que corresponde a cerca de 2,1 do PIB.