O Gabinete de Estratégia e Estudos (GEE) do Ministério da Eonomia, na sua newsletter de hoje, apresenta os dados relativos à Taxa de Juro Novos Empréstimos e Novos Depósitos na Área Euro. E por lá se verifica que entre março e abril a taxa de juro média pedida pelos bancos às empresas voltou a subir atingindo os 4,19% (era de 4,07% em março).
Mais adiante, na mesma nota, refere-se que, pelo contrário, as taxas de juro dos novos depósitos a prazo (superiores a um ano) constituídos por empresas ou famílias, caiu, em média, 0,08 pontos percentuais, fixando-se nos 0,69%. Ou seja, como diz o GEE “Neste mês a diferença entre a Taxa de Juro de Novos Empréstimos e a Taxa de Juro de Novos Depósitos situou-se, assim, em 3,50 p.p.“
Como é que isto compara com o nosso principal parceiro económico, a Espanha? Bom, na Espanha a taxa de juro média de um novo depósito foi de 0,52% (inferior à nossa) mas a taxa de juro cobrada em novos créditos foi muito mais baixa do que em Portugal. Para um empréstimo similar, em Espanha a banca cobra 2,82%, em Portugal, 4,19%. Ou seja, em Espanha a diferença entre taxas de juro de novos depósitos e de novos empréstimos foi de 2,30%, em Portugal de 3,50%.
Em suma, se a queda das remunerações nos depósitos a prazo parece surgir alinhada com a evolução do mercado – queda da Euribor – a subida em das taxas de juro por novos empréstimos parece ser um fenómeno completamente em contra ciclo. O resultado final é uma provável melhoria da margem comercial da banca que, contudo, há-de ter um impacto na atividade económica via encarecimento do custos para as restantes empresas.
Uma empresa portuguesa interessada em aumentar a capacidade produtiva e sem recursos próprios para o fazer poderá ir, com sucesso, pedir crédito a um banco Espanhol será uma opção?