Grandes Empresas em Portugal 2008-2012 superam melhor a crise do que PME

O INE divulgou hoje uma análise centrada no impacto das grandes empresas em Portugal 2008-2012. Numa publicação intitulada “A crise e as grandes empresas – 2008 – 2012” o INE destaca, por exemplo, como apenas 0,3% das empresas representam ” 28,5% do total do emprego e mais de 40% do volume de negócios e do VAB gerados no setor das sociedades não financeiras“. Esta empresas, também designadas de sociedades de grande dimensão (SGD) englobam todas as empresas não financeiras que comulativamente sejam :

  • Sociedades com 250 ou mais pessoas ao serviço ou;
  • Sociedades com volume de negócios superior a 50 milhões de euros e ativo líquido superior a 43 milhões de euros
Grandes empresas Portugal e Europa 2011
Grandes empresas Portugal e Europa 2011 – INE

Segundo o INE estas empresas resistiram melhor à crise do que a Pequenas e Médias Empresas (PME), de facto, “as SGD existentes em 2012, apresentavam mesmo uma dimensão média, um volume de negócios por empresa e uma capacidade de gerar valor acrescentado, superiores aos valores de 2008. Singularmente, de 2008 a 2012 a remuneração média mensal aumentou mais entre as PME que entre as SGD.” Ainda assim, em 2012 havia 1015 SGD  (menos 9,6% do que em 2008) com 769 023 pessoas aos serviço (menos 5,6% do que em 2008) e com um Valor Acrescentado Bruto (VAB) de €30,6 Mil milhões (menos 6,6% do que em 2008).

No gráfico seguinte que extraímos da publicação do INE é mais fácil constatar a forma diferenciada como grandes empresas e PME atravessaram os cinco anos de crise até 2012.

Grandes empresas versus PME 2008 2012
Grandes empresas versus PME 2008 2012 Fonte: INE

Um outro dado relevante nesta comparação destacado pelo INE é o acesso diferenciado ao crédito: “Os rácios de endividamento e debt-to-equity das sociedades foram inferiores em 2012 face a 2008, mas verificou-se uma redução menos
acentuada nas SGD que nas PME, o que poderá ter sido motivado, pelo menos parcialmente, pelo facto destas SGD terem sido menos afetadas pelas restrições de acesso ao crédito.

Sublinha-se ainda que as SGD estão já a obter (em 2012) rendibilidades do capital próprio positivas (da ordem dos 7%), enquanto a médias das PME sinaliza ainda retornos negativos significativos (-5,7%). O INE destaque que “em ambos os casos, as taxas de investimento, em 2012, caíram para cerca de metade dos valores de 2008“.

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Como consequência da crise Portugal ficou com menos grandes empresas contudo a dimensão média desta aumentou assim com o volume de negócios médio. A dimensão aprece assi mter sido um fator importante para a sobrevivência mesmo dentro do conjunto das SGD.

No gráfico que encabeça esta página pode ver-se uma comparação quanto ao contributo para o VAB, em 2011, dado pelas empresas com 250 ou mais pessoas ao serviço em cada país da União Europeia. Verifica-se que em Portugal, apesar do contributo atingir os 32,8% do VAB total do país, este é claramente inferior à média europeia a 28 países (42,1%).

Como auxiliar de análise deixamos aqui a ligação para um breve artigo que elucida sobre a Definição de Grande, Média, Pequena e Microempresa.

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