Classe Média - Dados de 2016

A ler “O erro do Banco de Portugal”

Recomendamos para reflexão o artigo de Paulo Ferreira, o editor de Economia da RTP, “O erro do Banco de Portugal“. Um excerto:

” (…) Depois, no caso concreto é ridículo utilizar o argumento da independência. Os cortes salariais são de aplicação geral e não dirigida. Não estamos, nem de perto nem de longe, perante um “ataque” a entidades concretas ou face a uma tentativa de condicionamento das políticas definidas e praticadas por uma ou outra instituição pública. O caso é de emergência financeira generalizada, não é de ingerência política localizada, como sabemos.

Por último, o próprio argumento da independência cai pela base quando os próprios administradores do Banco de Portugal decidiram aplicar a si mesmos o corte dos subsídios. Ora, se na instituição há um órgão onde a independência política deve ser mais valorizada e preservada ele é, precisamente, a administração.

Carlos Costa é um excelente governador do Banco de Portugal, ao ponto de quase nos fazer esquecer o desastre que foi o seu antecessor em quase todas as áreas. Tem mão firme para com os bancos, como é suposto um regulador ter. Faz alertas públicos desassombrados sobre a condução das políticas económica e orçamental dos governos, como se pede a um banqueiro central verdadeiramente independente. E tem uma prática de transparência e abertura do banco central, tirando-o do inútil e medieval pedestal onde o encontrou.

Carlos Costa faz parte da solução. Vítor Constâncio foi uma parte importante do problema. Em coerência, pedia-se outra gestão dos cortes salariais na instituição. Financeiramente, estamos a falar de uma gota de água o universo do Estado. Moralmente, estamos a falar de uma brecha desnecessária que prejudica a eficácia da função pedagógica do banco.

(…)”

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