Segundo o Banco de Portugal a pressão para o aumento de comissões bancárias e para aumentar os spreads sempre que possível, continuará entre as prioridades da banca nacional.
Por outro lado, a remuneração dos depósitos a prazo que tem vindo a subir, provavelmente passará a registar incrementos bem mais modestos seja qual for a evolução do mercado, é razoável esperar que apenas uma fracção dos aumentos dos juros seja passada para as taxas de juro passivas. Note-se, por exemplo, que recentemente os Certificados do Tesouro, aplicação de poupança que vinha concorrendo fortemente com os depósitos a prazo passou a ter taxas máximas que, ainda estando bem acima da oferta da banca para os prazos fixados, sinaliza que não haverá incrementos a partir deste nível (por exemplo, 6,8% a 5 anos).
Se juntarmos a isso a ameaça pendente de se vir a extinguir o benefício fiscal associado ao pagamento de juros e capital da habitação própria e permanente que já se ventila, a perspectiva de amortizar o empréstimo revela ter incentivos de peso.
Por outro lado, e ainda que ignorando o impacto financeiro das situações atrás referida, fazendo umas contas como fez recentemente o Diário Económico, a conclusão parece óbvia e sujeita a poucas excepções: em princípio amortizar o empréstimo é melhor do que poupar.
Mas, claro, ponha de parte um valor razoável para atender a alguma emergência. Amortizar para depois ter que ir ao banco financiar consumo ou despesas médicas, ou escolares, ou mesmo o carro, será como saltar da frigideira para o fogo. Nesse caso amortizar pode revelar-se um péssimo negócio. Planeie a sua vida com alguma antecedência, analise o seu ciclo de vida e dos que tem a cargo e depois decida-se.