Este texto foi-nos enviado pelo Pedro Matos, nosso leitor, versado em Finanças Pessoais, que conta dar sequência à colaboração. Temos muito gosto em publicá-lo pela pertinência do tema. Espero que apreciem. Se quiserem colaborar não hesitem e entrem em contacto connosco (clique aqui).
A nossa sociedade encontra-se hoje baseada numa economia em que o factor consumo assume um papel importante. O problema é que a dada altura as pessoas começaram a consumir mais do que realmente tinham como rendimento disponível, e aqui entrou o papel dos bancos que através de um dinamismo comercial agressivo levaram as pessoas a consumir cada vez mais com dinheiro que não tinham, através de empréstimos e créditos.
Só que, como em tudo, deve existir um equilíbrio e, neste caso a grande maioria dos agregados familiares não teve o cuidado de equilibrar convenientemente as suas finanças pessoais.
Assim, hoje são muitas as pessoas que necessitam de um aconselhamento financeiro de modo a serem orientadas na melhor gestão do seu orçamento doméstico.
Cada caso é um caso, mas actualmente menos de 5% da população portuguesa consegue manter a sua situação financeira dentro das recomendações de equilíbrio.
As recomendações de equilíbrio financeiro vão servir de referência para que saiba como deve proceder a partir do momento em que decide dar uma maior e séria atenção à sua vida financeira.
As pessoas que praticam exercício regularmente estão entre os 5% da população com melhor condição física, aqueles que adoptam hábitos nutricionais equilibrados estão entre os que mais saudáveis são. Aqueles que decidem dedicar parte do seu tempo à sua família e lazer estão entre os mais felizes. Todos podemos fazer escolhas, desde que saibamos o que fazer. Não é de todo condição necessária nascer-se rico ou ganhar a lotaria para se conseguir fazer boas poupanças. A maior necessidade é conseguir-se obter um padrão de vida que nos permita continuar a ter o que queremos sem descorar o equilíbrio das nossas finanças pessoais.
Ao longo dos próximos artigos vou explanar todas as recomendações de modo a orientar o leitor na melhor gestão do seu orçamento doméstico.
Nesta primeira abordagem e por agora deixo aqui 5 regras fundamentais de uma boa gestão do orçamento doméstico para o leitor ler, analisar e reflectir:
1º Ter consciência dos seus proveitos e dos seus gastos
2º Prever as suas despesas
3º Antecipar outros encargos
4º Manter alguma liquidez
5º Realizar poupanças
Tendo consciência e compreendendo realmente o que significa seguir estas 5 regras, ao coloca-las em prática juntamente com um conjunto de métodos, irá conseguir obter uma boa gestão das suas finanças pessoais de modo a conseguir um equilíbrio financeiro sustentável.
Passo a explicar um pouco mais cada uma das 5 regras expostas:
1- Ter consciência dos seus proveitos e dos seus gastos
Proveitos – deve ter consciência do valor do seu salário face às suas despesas mensais, depósitos que efectuou, dividendos que tenha recebido, rendas recebidas e qualquer outro tipo de rendimento que obtém.
Gastos – deve ter noção dos pagamentos que efectua, das compras, levantamentos em dinheiro e para que serviram, e todos os débitos registados na sua conta bancária devem ser cuidadosamente seguidos.
Para tal, é necessário que analise periodicamente os extractos de todas as suas contas bancárias, registar os movimentos num quadro (que pode ser em Excel ou em registo manual). Deverá assim registar todas as operações do período em causa (que pode ser mensal, bimensal, trimestral, semestral ou até anual) por rubricas de proveitos e de despesas.
Estou disponível para lhe apresentar um quadro tipo de registo das operações financeiras (contacte-me para o email disponibilizado).
2- Prever as suas despesas
Na prática deverá saber prever, no sentido de ter consciência, as suas despesas futuras, tais como as despesas de habitação, dos impostos, dos seguros…em suma as suas despesas fixas, já que são mais fáceis de prever, e deverá também tentar prever eventuais despesas variáveis (ida ao dentista, dias de férias, etc…)
Quanto às fixas poderá optar por aderir a um sistema de débitos directos que as instituições bancárias disponibilizam. Assim não tem que se preocupar em efectuar o movimento. Tenha aqui só atenção em relação a eventuais despesas bancárias e, claro está, em ter sempre a sua conta provisionada.
3- Antecipar outros encargos
O seu carro avariou? O seu filho vai entrar para a faculdade, e esta é privada? O seu micro-ondas avariou? Tenha sempre um montante de reserva para eventuais encargos extra, para que possa suportar quando surgirem sem comprometer o seu equilíbrio financeiro.
4- Manter alguma liquidez
Se chega ao fim do mês e tem sobras de dinheiro deve deixar à ordem uma parte deste suficiente para os gastos do mês seguinte (já que há meses em que os gastos são maiores do que noutros). Caso esse valor sobrante seja relativamente elevado aproveite e pondere investi-lo numa aplicação.
5- Realizar poupanças
Aos poucos e de acordo com os valores que sobram do mês (caso sobrem) assim como de acordo com a possível existência de ganhos provenientes de rendimentos extra-ordinários deverá aplica-los numa carteira de poupança/investimento. Esta deverá ser gerida de modo a que mais tarde seja possível utilizar este rendimento na concretização de projectos pessoais (por exemplo a compra de um carro novo, de uma casa, ida de férias, etc…).
No próximo artigo vou desenvolver a regra nº 1 apresentada, que consiste em efectuar um diagnóstico da sua situação financeira. Aliás esta é também a 1ª etapa do trabalho de orientação financeira de um agregado familiar a que me proponho.
Pedro Miguel Matos
(facebook – finpessoais@gmail.com)
eu tomo nota de todos os meus gastos (uso o programa AceMoney) e assim tenho nocao de todos os tipos de gastos q faço e realmente.
realmente ter noca do que se gasta é essencial, ate pq se queremos cortar gastos é conveniente sabem em que se gasta.
por isso é que sugiro este programa
abraço
Dicas muito importantes.