A previsão inscrita pelo governo em meados de Outubro para o valor final da taxa de inflação 2006 foi de 2,5%. Tal como aqui se perspectivou, essa fasquia era já na altura muito inverosímil. Hoje, e apesar da evolução muito favorável dos preços dos combustíveis a nível internacional no último trimestre do ano, o INE divulga os dados finais para a taxa de variação média do índice de preços no consumidor em 2006 apresentando um valor substancialmente mais elevado.
A taxa de inflação fixou-se assim em 3,1% no final de 2006. Recorde-se como mera curiosidade que no exercício de previsão aqui publicado a 21 de Outubro perspectivamos que a inflação em 2006 se fixaria entre os 3,0% e os 3,3%.
A boa notícia é que se actualizar hoje o exercício de previsão com vista a estimar a inflação para 2007, o desvio face à previsão do governo será menor do que o então perspectivado. O governo prevê 2,1%. Se admitirmos um perfil de evolução mensal dos preços ao longo de 2007 próximo do verificado em 2006, a inflação provável fixar-se-á em torno dos 2,4%, uma diferença que me parece aceitável num exercício tão falível como aquele em que se constitui este tipo de previsão.