Relatório sobre a Atividade de Capital de Risco – 2011

A CMVM acaba de fazer publicar mais uma edição anual do Relatório sobre a Atividade de Capital de Risco – 2011. Em cerca de 60 páginas a CMVM aborda procede a uma análise estatística da indústria de fundos de investimento dedicada a capital de risco (Private Equity e Venture Capital) dando particular destaque aos seguintes temas:

  • Montantes sob Gestão
  • Quotas de Mercado
  • Tipo, Origem e Valor dos Investimentos
  • Setores de Atividade e Fases do Investimento do Capital de Risco
  • Investimento Líquido e Rotação das Carteiras
  • Detenção de Capital Social nas Empresas Participadas
  • Estratégias de Desinvestimento
  • Metodologias de Avaliação das Carteiras
  • Participantes nos fundos de capital de risco

Do sumário executivo destacamos as seguintes passagens:

O montante global sob gestão por operadores de capital de risco nacionais aumentou 12,4% (cerca de 291 milhões de Euros), ascendendo a cerca de 2,6 mil milhões de Euros no final de 2011.

O aumento do valor sob gestão ficou fundamentalmente a dever-se ao dinamismo dos fundos de capital de risco, que verificaram um acréscimo de 280 milhões de Euros dos valores geridos (mais 17,4% do que no ano transato). Aliás, esta tem sido a tendência verificada nos últimos nove anos.  (…)

 Continua a verificar-se uma forte concentração sectorial (as cinco maiores entidades gestoras representavam 70,4% do montante gerido). (…)

Em 2011 verificou-se um aumento do valor investido em empresas residentes (+16,8%). Em sentido inverso, o investimento em empresas não residentes diminuiu 5,0%. (…)

O capital de risco tem dirigido os seus investimentos preferencialmente para três setores de atividade, o das indústrias transformadoras, as sociedades gestoras de participação social não financeiras e a captação, tratamento e distribuição de água, saneamento, gestão de resíduos e despoluição, sendo estes responsáveis por 51,0% do volume financeiro (1,2 mil milhões de Euros) investidos na atividade. Trata-se de setores em que o valor acrescentado bruto por trabalhador é superior em 50% à média da economia nacional. Contudo, a evolução do peso relativo das empresas transformadoras nos últimos três anos é digna de relevo. Sendo por excelência um dos maiores contribuintes para a produção de bens transacionáveis, o setor transformador é uma alavanca fundamental para o fomento das exportações nacionais e, concomitantemente, para a recuperação do crescimento da economia portuguesa.

No que diz respeito aos principais tipos de investimento categorizáveis como venture capital e private equity, continua a observar-se uma grande discrepância entre o seu peso. No final de 2011 a primeira representava 14,7% dos investimentos efetuados contra 85,3% da segunda. Estes números não englobam, no entanto, a atividade desenvolvida por vários business angels não registados na CMVM. No âmbito do private equity, deve ser dado destaque ao capital de risco na chamada fase de ‘expansão’, que representou cerca de 35,2% dos investimentos efetuados. No entanto, esta rubrica tem vindo a diminuir nos anos mais recentes. A fase de turnaround, recovery financing ou turnaround financing (capital de recuperação), capital fornecido a empresas em dificuldades quando o capitalista de risco vê uma oportunidade de a empresa vir a criar valor, teve um crescimento significativo (+128,0% face a 2010). Nos casos em que a respetiva gestão (ou parte da gestão), com o apoio de investidores de capital de risco, adquire o capital da empresa (MBO), o valor investido apresentou um peso com algum relevo (8,9% do total investido). Este movimento indicia que, em algumas empresas que atravessaram dificuldades, a gestão em funções terá apostado na sua capacidade de criação de valor. No que respeita ao venture capital, o peso do investimento em empresas start up representou 11,8% do total.  (…)

 
 

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