O João Caetano Dias, no Blasfémias, apresenta uma análise cristalina – “Ética“ – à reacção da administração da PT à nova oferta da Sonae.com. Partilho com ele o desafio que deixa à Administração da Portugal Telecom (e aos accionistas).
“(…) Se a PT adquirisse no mercado acções próprias ao preço da cotação, a operação seria neutra. Ninguém ficava a ganhar e ninguém perderia. Acontece que a administração da PT anunciou um preço e uma quantidade. Como a cotação (que reflecte, para todos os efeitos, o valor real da empresa) está abaixo da oferta da administração, isto significa que um grupo de accionistas será beneficiado e outro será prejudicado, porque após a aquisição, a cotação das acções da PT terá que descer.
O preço oferecido funciona como uma miragem para sinalizar aos accionistas menos preparados que o actual preço oferecido é baixo e, assim, recusarem a oferta do clã Azevedo. (…)
Porque é que não deixam, simplesmente, a decisão para o mercado? Afinal, se a gestão actual é tão eficaz e tão capaz, nenhum accionista quererá vender à Sonae.”