Sabia que face à estimativa inicialmente prevista na Proposta do Orçamento do Estado para 2023, o saldo orçamental acabou por ser superior (e positivo) em €5,401 mil milhões. Porque é que isso é um legado agridoce do PS ao PS?
Alguns excertos do artigo que pode ler completo aqui: “Excedente recorde: o legado agridoce do PS ao PS “.
(…) Volvidos cerca de 18 meses, o cenário é do de termos fechado o ano com o excedente de €3.194 milhões, o maior desde que há registos, correspondendo a 1,2% do PIB de 2023.
É certo que foi apenas o 9º ajustamento mais elevado desde 1995 mas torna-se especialmente significativo por ter superado a barreira, passando de défice a excedente, ver aqui: “Melhoria do saldo orçamental de 2023 foi apenas a 9ª melhor desde 1995“.
Um desvio de €5.401 milhões face ao inicialmente projetado, correspondendo a cerca de 2,1% do PIB.
(…)
Isto não são boas notícias? Para quê o título agridoce?
A verdade é que hoje ninguém no PS questionará a necessidade de se manterem contas certas. De não se dar um passo maior do que a perna. De se continuarem a cumprir as metas inerentes à nossa condição de membro da Zona Euro e da União Europeia.
Mas aceitar estas balizas não implica apoiar toda e qualquer forma de se atingir tais metas, em particular quando o ritmo e as consequências desse ritmo ultrapassam largamente o que é esperado do país, o que foi acordado com a Comissão Europeia e o que foi aprovado pela nossa Assembleia da República. (…)
Nunca desde que há registos (1995), o país dedicou uma fatia tão pequena dos seus recursos a pagar aos trabalhadores do Estado quanto em 2023 (10,5%). E em termos de despesa corrente primária será necessário recuar até 2002 para encontrar um peso no PIB mais baixo.
E isto acontece num contexto de fortíssima contestação social dentro do Estado, onde os polícias, pessoal de Saúde, pessoal da Justiça e da Educação têm sido apenas os mais vocais.
(…)O PS continuou a consolidar as contas públicas e bem, mas continuou a fazê-lo demasiadas vezes de forma cega. A posição por defeito continuou a ser a mesma de 2014 ou de 2016. Uma posição onde “Reduzir despesa, reduzir investimento, reduzir autonomia de gestão é sempre bom“.
Uma espécie de TINA (There Is No Alternative) à lá PS. (…)
in: “Excedente recorde: o legado agridoce do PS ao PS ” de Rui Cerdeira Branco.