Não parece haver “tréguas à vista” na valorização da habitação em Portugal. O cenário de juros elevados é real e dura há vários meses, as perspectivas deste cenário mudar existem mas apontam para uma descida muita lenta das taxas de juro e, contudo, a procura por habitação e o desequilíbrio face à oferta é de tal ordem que as avaliações bancárias da habitação continua a subir de forma robusta e até acelerar em termos homólogos face ao mês anterior.
Avaliação bancária da habitação continua a subir e a acelerar
De facto, entre abril de 2023 e abril de 2024, a avaliação bancária de habitação valorizou 7,0% para o total do país quando um mês antes já tinha valorizado, também em termos homólogos, 6,5%.
Consultando os dados do INE, é possível apurar que o valor da habitação suplicou entre abril de 2016 e abril de 2024 e tem existido valorizações homólogos contínuas desde setembro de 2015, há 104 meses seguidos. São quase 9 anos de valorizações na mediana da avaliação bancária de habitação em Portugal (valores em euros por metro quadrado).
E como referido acima, nos últimos três meses, o ritmo da valorização voltou a acelerar depois de alguma acalmia.
O país continua a ser muito desigual em termos de avaliação bancária de habitação mas o sentido de subida de valor tem sido transversal. Os Açores merecem uma menção especial por parte do INE por estarem a encurtar distâncias a um ritmo acelerado:
A Região Autónoma dos Açores apresentou o aumento mais expressivo face ao mês anterior (2,5%), tendo as restantes regiões registado variações positivas, com exceção do Algarve que apresentou uma variação nula.
Em comparação com abril de 2023, o valor mediano das avaliações cresceu 7,0%, observando-se a variação mais intensa na Região Autónoma dos Açores (19,7%), não se tendo verificado qualquer descida.
Valor Mediano de Avaliação Bancária por NUTS III – Portugal Dual
Terminamos com um outro gráfico da publicação do INE que dá testemunho da dualidade do país de forma muito evidente. O gráfico representa o país dividido em NUTS III (agregações de concelhos). Lisboa e Algarve surgem destacados mas integradas num grupo de NUTS III que abrange seis agrupamentos todos no litoral a que se soma a Região Autónoma da Madeira. É o grupo de maior valor mediano. No extremo oposto surge toda a raia de Espanha de Trás os Montes até ao Alto Alentejo. Os Açores parecem estar a migrar para o grupo de maior valor mediano tal como a NUTS III do Cávado e Alto Minho e Aveiro.
As linhas de Alta Velocidade Lisboa-Porto-Vigo e Lisboa-Madrid poderão reduzir um pouco as assimetrias de valor que são significativas na própria faixa atlântica. Mas poderá haver impacto mais para o interior, em especial nas regiões que encurtarão a sua distância temporal ao litoral. Será interessante acompanhar essa evolução à medida que esses investimentos ganhem consistência.
Resta saber como reagirá a própria oferta de habitação, seja habitação nova, seja de reabilitação.
E vai continuar a subir!!!
Estamos numa ESPIRAL inflaccionista, que não vai parar, devido à impressão desenfreada de $$$ pelos bancos centrais da UE e USA, por forma a fomentar PRR e GUERRAS que interessam a MUITA gente!!
Assim funciona a ECONOMIA actual, que fomenta o trabalho e a poupança (controlada pelo ESTADO) para depois DELAPIDAR essa poupança através da INFLACÇÃO, num esquema bem pensado de DUPLA TRIBUTAÇÃO, que é passivamente aceite por todos, através de desculpas esfarrapadas como a “guerra” e a “subida de preços”!!!
Para mais, a nova medida de apoio à habitação “jovem” (cof cof!) vai piorar a situação!
Agora que os “jovens” vão ter apoios e garantias do estado, os vendedores vão inflaccionar os imóveis!
Falo por mim… quando vender a minha habitação, devido a tudo isto, vou pedir mais 15% pelo menos!