Analisada a informação referente aos 12 países para os quais já há estimativas rápidas do PIB relativas ao último trimestre de 2022 (por comparação com o mesmo período de 2021), pode-se dizer Portugal regista o segundo maior ritmo de crescimento do PIB na União Europeia, mantendo-se em convergência.
De facto, a economia portuguesa terá crescido 3,1% em termos homólogos no último trimestre de 2022 (dados recolhidos pelo Eurostat). Acima da economia espanhola (2,7%), francesa (0,5%), alemã (1,1%), entre outros. Apenas a Irlanda superou Portugal com uma taxa de crescimento homóloga do PIB da ordem dos 15,7%. A média da União Europeia foi de 1,8% e a da Zona Euro de 1,9%.
Face ao 3º trimestre, o PIB cresceu modestamente, apenas 0,2%, ainda assim o suficiente para ser o 3º melhor desempenho entre os 12 países da União Europeia que já divulgaram dados (ex-aequo com a Espanha). A perspetiva da economia portuguesa entrar em recessão fica assim afastada, pelo menos por mais dois trimestres (convencionou-se reconhecer recessão com dois trimestres consecutivos de queda do PIB face aos trimestres imediatamente anteriores).
O PIB cresceu 6,7% em 2022, o ritmo mais elevado desde 1987
Fazendo o balanço do ano, o PIB português cresceu 6,7% (valor ainda sujeito a revisão pelo INE, sendo mais frequente que seja revisto em alta ligeira de uma ou duas décimas).
O ritmo de crescimento foi o mais elevado desde 1987.
Este crescimento surge após outro crescimento historicamente elevado em 2021 (5,5%) que, por sua vez, surge na sequência de uma das maiores quedas de sempre, à conta da pandemia, em 2020, -8,3%.
O PIB de 2022 fechou o ano já claramente acima do nível do PIB pré-pandemia.
Os dados nominais do PIB (relevantes para apurar o peso da dívida no PIB, por exemplo) serão revelados em 28 de fevereiro, juntamente com a análise mais detalhada dos dados ainda em produção pelo INE.
O INE destaca ainda, sobre 2022, que:
A procura interna apresentou um contributo positivo expressivo para a variação anual do PIB, mas inferior ao observado no ano anterior, verificando-se uma aceleração do consumo privado e um abrandamento do investimento. O contributo da procura externa líquida foi positivo em 2022, após ter sido negativo em 2021, tendo-se registado uma aceleração em volume das exportações de bens e serviços e uma desaceleração das importações.
Fonte: INE