O PIB continuou a cair face a 2019 no 4º trimestre de 2020 e terá fechado o ano com uma contração de 7,6% no conjunto do ano. Por outro lado, o PIB português aumentou entre o 3º e 4º trimestre de 2020.
Porque caiu o PIB em 2020?
Segundo o INE este registo, após um crescimento de 2,2% em 2019, foi
“a mais intensa da atual série de Contas Nacionais, refletindo os efeitos marcadamente adversos da pandemia COVID-19 na atividade económica. A procura interna apresentou um expressivo contributo negativo para a variação anual do PIB, após ter sido positivo em 2019, devido, sobretudo, à contração do consumo privado. O contributo da procura externa líquida foi mais negativo em 2020, verificando-se reduções intensas das exportações e importações de bens e de serviços, com destaque particular para a diminuição sem precedente das exportações de turismo.“
Numa lógica de comparação de expectativas, o PIB caiu menos do que o antecipado pelo governo aquando da preparação do Orçamento do Estado para 2021. Por outro lado, confirmou-se que estamos a cair acima da média comunitária com a importante ressalva dos dados globais para a União ainda resultarem de dados incompletos (falta informação para vários países, apesar de já contar com a maioria das principais economias).
PIB continuou a cair face a 2019 no 4º trimestre de 2020
No gráfico seguinte, baseado na informação compilada pelo Eurostat, tendo por referência os dados dos INE nacionais que já divulgam informação 30 dias após o final do trimestre em análise, é possível posicionar a economia portuguesa de acordo com a evolução homóloga do PIB no último trimestre de 2020.
Espanha, Áustria e Itália surgem no pódio pouco invejável das economias que registaram maior queda nesse período, seguidas de Portugal, República Checa e França.
Segundo o INE, e voltando a Portugal, na ainda muito sumária análise relativa ao 4º trimestre, destaca-se o seguinte:
O contributo da procura interna para a variação homóloga do PIB foi menos negativo que o observado no 3º trimestre, refletindo, em larga medida, a diminuição menos intensa do investimento, apesar da redução mais pronunciada do consumo privado.
A procura externa líquida apresentou um contributo mais negativo no 4º trimestre, verificando-se uma contração mais intensa das Exportações de Bens e Serviços que a observada nas Importações de Bens e Serviços.
PIB português aumentou entre o 3º e 4º trimestre de 2020
Já quando a comparação se faz entre o 3º e o 4º trimestre, a evolução foi positiva (+0,4%) e muito superiro à variação para a União Europeia (-0,5%) e para a Zona Euro (-0,7%). A este propósito o INE destaca:
Comparativamente com o 3º trimestre de 2020, o PIB aumentou 0,4% em volume, após as fortes variações de sinal oposto nos trimestres anteriores (-13,9% e +13,3% no segundo e terceiro trimestres, respetivamente). Os contributos da procura interna e da procura externa líquida para a variação em cadeia do PIB foram ambos positivos.
Eis os dados globais disponíveis a 2 de fevereiro de 2021 para os vários países da União Europeia.
Variação em cadeia (compara com trimestre anterior) | Variação homóloga (compara com mesmo trimestre do ano anterior) | |||||||
2020Q1 | 2020Q2 | 2020Q3 | 2020Q4 | 2020Q1 | 2020Q2 | 2020Q3 | 2020Q4 | |
Euro area | -3,7 | -11,7 | 12,4 | 0,7 | -3,2 | -14,7 | -4,3 | -5,1 |
EU | -3,3 | -11,4 | 11,5 | 0,5 | -2,6 | -13,9 | -4,2 | -4,8 |
Spain | -5,3 | -17,9 | 16,4 | 0,4 | -4,2 | -21,6 | -9 | -9,1 |
Austria | -2,8 | -11,6 | 12 | -4,3 | -3,3 | -14,2 | -4,2 | -7,8 |
Italy | -5,5 | -13 | 16 | -2 | -5,6 | -18,1 | -5,1 | -6,6 |
Portugal | -4 | -13,9 | 13,3 | 0,4 | -2,4 | -16,4 | -5,7 | -5,9 |
Czechia | -3,3 | -8,5 | 6,9 | 0,3 | -1,9 | -10,8 | -5 | -5 |
France | -5,9 | -13,7 | 18,5 | -1,3 | -5,7 | -18,8 | -3,9 | -5 |
Belgium | -3,4 | -11,8 | 11,6 | 0,2 | -2 | -13,9 | -4,3 | -4,8 |
Germany | -2 | -9,7 | 8,5 | 0,1 | -2,2 | -11,3 | -4 | -3,9 |
Sweden | 0,3 | -8 | 4,9 | 0,5 | 0,7 | -7,4 | -2,7 | -2,6 |
Latvia | -2,3 | -7,1 | 7,1 | 1,1 | -1 | -8,6 | -2,6 | -1,7 |
Lithuania | 0 | -5,9 | 3,8 | 1,2 | 2,2 | -4,6 | -1,6 | -1,3 |