O Inquérito Nacional de Saúde 2019 (edição portuguesa do European Health Interview Survey) é uma edição deste exercício enquadrado a nível europeu e que se realiza de cinco em cinco anos. Como habitualmente a população alvo do inquérito abrangeu todos os indivíduos com idade igual ou superior a 15 anos e que, entre setembro de 2019 e janeiro de 2020, residiam no território nacional de Portugal.
Como habitualmente, os grande valores médios nacionais que nos dizem, por exemplo, que em 5 anos, ficámos mais gordos, menos disponíveis para o desporto, menos fumadore e menos consumidores de álcool, escondem realidades distintas quando de acrescentam outra dimensões à análise.
Por exemplo, a população Açoreana é a que regista as maiores percentagens de população com excesso de peso, seja entre homens, seja entre mulheres. Sendo que os algarvios de ambos os sexos se destacam por serem os que têm menor percentagem de população nessa condição. E a diferença é importante, entre estas regiões. Entre as mulheres chega a ser uma diferença de um para dois, ou seja, nos Açores a percentagem de mulheres com excesso de peso é o dobro da verificada no Algarve.
Apesar de termos mais pessoas com excesso de peso face ao total, quando se compara 2014 com 2019, o número de pessoas que se deslocar regularmente a pé aumentou. Outro facto curioso destacado pelo INE e algo surpreendente é este:
Ao contrário das deslocações a pé, o número de pessoas que se deslocavam de bicicleta não aumentou em relação a 2014.
Noutro tema, o grau de satifação com a vida aumentou nos últimos 5 anos, passando de 50,5% para 56,8%, uma evolução especialmente vincada entre quem tem entre 15 e 24 anos. Houve também uma queda de dois pontos percentuais (para 8%) da população com sintomas depressivos.
Neste período, registou-se, por outro lado, um aumentou a proporção das pessoas com dores
lombares e cervicais.
Pontos mais destacados pelo INE:
Mais de metade da população com 18 e mais anos (4,6 milhões) continuava a ter excesso de peso (36,6%) ou obesidade (16,9%) em 2019, verificando-se um ligeiro aumento em relação a 2014 (36,4% de excesso de peso e 16,4% de obesidade).
A maioria da população com 15 ou mais anos (65,6%) não praticava qualquer atividade desportiva de forma regular, sendo apenas 13,6% os que referiram praticar exercício físico em um ou dois dias por semana, menos 1,8 p.p. que em 2014. Aumentou contudo o número dos que se deslocavam a pé diariamente (de 2,5 milhões em 2014 para 3,0 milhões em 2019).
66,4% da população com 15 ou mais anos referiu consumir fruta diariamente, e 41,7% consumiam diariamente legumes ou saladas.
Apenas 0,5% referiram não consumir carne, peixe, nem quaisquer produtos derivados; e 2,8% não consumiam carne ou produtos derivados.
Em 2019, 17,0% da população com 15 ou mais anos era fumadora, menos 3,0 p.p. que em 2014; 1,3 milhões de pessoas (14,2%) fumavam diariamente e 248 mil (2,8%) faziam-no ocasionalmente. O consumo regular de tabaco registava um rácio de 2,0 homens por cada mulher.
Cerca de 6,2 milhões de pessoas referiram ter consumido bebidas alcoólicas nos 12 meses anteriores à entrevista: destes, 1,8 milhões fizeram-no diariamente (menos 14 p.p. que em 2014).
Por outro lado, 2,6 milhões (mais de 40% da população em análise) referiram ter consumido 6 ou mais bebidas alcoólicas numa única ocasião ou evento (consumo arriscado) pelo menos uma vez nos 12 meses anteriores, um aumento relativamente a 2014 (33,2%).
8,0% da população residente com 15 e mais anos (716 mil pessoas) apresentava sintomas depressivos e 1,9% (cerca de 170 mil pessoas) não tinham a quem recorrer em caso de problema pessoal grave.
Além do destaque à comunicação social, o INE publicou o conjunto de dados estatísticos do Inquérito Nacional de Saúde 2019. Não indicado se será produzida uma versão mais detalhada do INS 2019, à semelhança do que foi feito com o INS 2014.
O INE sublinha que:
“O INS 2019, à semelhança da edição anterior, está organizado em três grandes domínios: estado de saúde, cuidados de saúde, e determinantes de saúde relacionados com estilos de vida. Neste destaque apresentam-se os principais resultados obtidos em relação a determinantes de saúde e procede-se, sempre que possível, à comparação com os obtidos na edição anterior (2014).
Estão disponíveis no Portal do INE todos os indicadores da série iniciada em 2014, correspondentes a estimativas da população em geral detalhadas por sexo, grupo etário, região de residência, nível de escolaridade e condição perante o trabalho.”