O indicador de confiança dos consumidores cai para níveis mínimos de 2013 naquele que é o primeiro inquérito mensal aos consumidores feito pelo INE abrangendo um mês completo já com pleno impacto dos efeitos económicos e sociais da pandemia COVID-19.
Confiança dos consumidores cai para níveis mínimos de 2013
Para já, os consumidores estão mais preocupados com a evolução económica do país nos próximos meses do que com a situação financeira do seu agregado familiar mas ficaram pessimistas em todos os aspetos.
O INE detaca:
O indicador de confiança dos consumidores registou a maior diminuição face ao mês anterior da série iniciada em setembro de 1997, tendo atingido o valor mínimo desde maio de 2013.
Todas as séries que compõem o indicador, as quais estão relacionadas com evoluções nos próximos doze meses, também registaram as diminuições mais expressivas das respetivas séries, sendo que no caso das expectativas relativas à evolução da situação económica do país e da realização de compras importantes foram ainda atingidos em abril os valores mínimos destas séries.
Eis as duas das quatro componentes do indicador de confiança dos consumidores que registaram as quedas mais dramáticas.
O mês de abril e um dos quatro meses do ano onde o INE aprofunda a análise conjuntura recolhendo mais indicadores junto dos consumidores. Vale a pena reter os destaque do INE sobre essas questões bem como as mensais. Atendendo à singularidade do momento económico e social eis as notas do INE.
Indicador de confiança
O indicador de confiança dos consumidores registou em abril a maior diminuição da série iniciada em novembro de 1997, atingindo o valor mínimo desde setembro de 2014. Esta evolução resultou sobretudo do contributo tremendamente negativo das expectativas relativas à evolução da situação económica do país, da situação financeira do agregado familiar e da realização de compras importantes. No mesmo sentido, mas com menor intensidade, as opiniões relativas à evolução passada da situação financeira do agregado familiar também contribuíram negativamente.Situação económica do país
O sre das opiniões sobre a evolução passada da situação económica do país diminuiu nos últimos cinco meses, após ter aumentado entre agosto e novembro. No mesmo sentido, as expectativas relativas à evolução futura da situação económica do país agravaram-se nos últimos cinco meses, registando-se em abril o maior agravamento desde o início da série e o valor mínimo desde dezembro de 2013.Situação financeira do agregado familiar
O saldo das opiniões sobre a evolução da situação financeira do agregado familiar diminuiu nos últimos dois meses, de forma mais expressiva em abril. As perspetivas relativas à evolução da situação financeira do agregado familiar registaram em abril o maior agravamento desde o início da série.Poupança
As apreciações relativas à poupança no momento atual registaram em abril o maior agravamento desde o início da série, após a ligeira recuperação verificada no mês anterior. O saldo das expectativas relativas à evolução futura da poupança diminuiu nos últimos três meses, tendo-se registado em abril a maior diminuição da série, depois de ter atingido em janeiro, o valor mais elevado desde abril de 2002.Realização de compras importantes
Após os aumentos verificados nos dois primeiros meses do ano, o sre das apreciações relativas à realização de compras importantes no momento atual diminuiu em março e abril, verificando-se no último mês a maior diminuição da série. As perspetivas de realização de compras importantes agravaram-se pelo quinto mês consecutivo, registando em abril o maior agravamento desde o início da série.Desemprego
O saldo das perspetivas relativas à evolução do desemprego registou em abril, o maior aumento desde o início da série, prolongando o perfil ascendente registado desde julho de 2018 e atingindo o valor mais elevado desde dezembro de 2013.Preços
O saldo das opiniões sobre a evolução dos preços diminuiu em abril, após ter aumentado nos quatro meses anteriores. Por sua vez, o saldo das expectativas sobre a evolução dos preços aumentou nos quatro primeiros meses do ano, registando em abril o maior aumento da série e atingindo o valor mais elevado desde abril de 2013.Variáveis trimestrais
O saldo das perspetivas de compra ou construção de habitação diminuiu ligeiramente em abril, após ter aumentado de forma ligeira em janeiro.
As expectativas de realização de grandes gastos com melhoramentos na habitação agravaram-se de forma significativa em abril, retomando o perfil negativo registado desde julho de 2018. O saldo das expectativas de compra de automóvel diminuiu em abril, contrariando os aumentos verificados nos três trimestres anteriores.